Regências Verbal e
Nominal
A regência estuda a relação existente entre os termos de
uma oração ou entre as orações de um período. O termo da oração que exige
complemento é chamado de REGENTE, enquanto o complemento é chamado de termo REGIDO.
Certos verbos, por não terem sentido completo, exigem
complemento (objeto direto ou indireto) e alguns nomes, também, exigem
complemento (complemento nominal).
Há dois tipos de
regência:
REGÊNCIA
VERBAL – o regente é
um verbo.
REGÊNCIA
NOMINAL – o regente é
um nome.
Regência Verbal
Regência de alguns
verbos
1) ASPIRAR
A) TRANSITIVO DIRETO no sentido de RESPIRAR, SORVER.
Aspirei o perfume da
flor. Aspirei-o.
B) TRANSITIVO
INDIRETO no sentido
de DESEJAR, ALMEJAR, com a preposição A.
Ex.: Aspiro a uma vida feliz.
(Não posso usar o LHE.
Somente A ELE, A ELA e plurais.)
2) VISAR
A) TRANSITIVO DIRETO no sentido de DAR VISTO e MIRAR.
Ex.: Visei o cheque.
Visei-o.
Visei o alvo.
Visei-o.
B) TRANSITIVO
INDIRETO no sentido
de DESEJAR, ALMEJAR, com a preposição A.
Ex.: Viso a uma vida feliz.
(Não posso usar o LHE.
Somente A ELE, A ELA e plurais.)
C) Com o INFINITIVO, o emprego da
preposição é facultativo.
Ex.: Essa ordem visa (a) eliminar os
excessos.
3) ASSISTIR
A) TRANSITIVO DIRETO ou INDIRETO no sentido de CUIDAR,
SOCORRER.
Ex.:Assisti meu amigo doente. Assisti-o.
(TD)
Assisti a meu amigo
doente. Assisti-lhe. (TI)
Quando empregado como
verbo transitivo direto, pode ser apassivado.
Ex.: O paciente foi assistido pelo médico.
B) TRANSITIVO
INDIRETO no sentido
de VER, PRESENCIAR.
Ex.: Assisti a um desastre feio.
(Não posso usar o LHE.
Somente A ELE, A ELA e plurais.)
(Neste sentido, ASSISTIR
não tem VOZ PASSIVA.)
Ex.: O desastre foi assistido por muita
gente. – ERRADO
Muita gente assistiu ao
desastre.- CERTO.
C) TRANSITIVO
INDIRETO no sentido
de CABER, PERTENCER.
Ex.: Assiste ao réu o direito de defesa. (Suj.:
o direito de defesa.)
Assiste-lhe o direito de
defesa.
A) INTRANSITIVO no sentido de MORAR.
Ex.: João assiste em Paris.
4) OBEDECER
A) TRANSITIVO
INDIRETO (para
objetos e pessoas).
Ex.:Obedeço a uma lei.
Obedeço a uma pessoa.
Obedeço a ela.
Obedeço-lhe. (Só para
pessoas)
B) Pode ser
INTRANSITIVO. Ex.:
Aqui ninguém obedece.
Mesmo como Transitivos
Indiretos, os verbos obedecer e desobedecer admitem a voz passiva.
Ex.: Naquele lugar, as leis são obedecidas.
5) PREFERIR
A) TRANSITIVO DIRETO.
-Você gosta de doces?
- Não, prefiro
salgados.
B) TRANSITIVO DIRETO e INDIRETO, regido pela
preposição A.
Ex.: Prefiro doces a salgados.
Atenção: Não se usa DO
QUE.
Ex.: Prefiro manga do que goiaba. –
ERRADO.
Prefiro manga a goiaba.
– CERTO.
6) RESPONDER A – VERBO TRANSITIVO INDIRETO.
Ex.: Aqui se responde a cartas.
Respondi-lhes. Respondi
a elas.
Na linguagem culta, evite-se
usar RESPONDER na VOZ PASSIVA.
Ex.: As cartas são respondidas aqui. –
ERRADO.
7) IMPLICAR
A) TRANSITIVO DIRETO no sentido de ACARRETAR.
Ex.: Viver implica aguentar o tranco. (Esqueça
a preposição EM.)
B) TRANSITIVO
INDIRETO, com a
preposição COM, com o sentido de TER IMPLICÂNCIA.
Ex.: Maria implica com o irmão.
8) PAGAR / PERDOAR
A)TRANSITIVOS DIRETOS
para coisas.
Ex.: Paguei o cheque no banco.
Paguei-o.
Perdoei o desaforo que
ouvi.
Perdoei-o.
B) TRANSITIVOS
INDIRETOS para
pessoas.
Ex.: Paguei ao chofer.
Paguei-lhe. Paguei a
ele.
Perdoei Ao aluno
malcriado.
Perdoei-lhe. Perdoei a ele.
C) Ambos os verbos, PAGAR e PERDOAR,
são TRANSITIVOS DIRETOS e INDIRETOS.
Ex.: Paguei a conta (coisa) ao garçom
(pessoa).
Paguei-lhe a conta.
Deus perdoa os pecados
(coisa) aos pecadores (pessoa).
Deus perdoa-lhes os
pecados.
9) QUERER
A) Com o sentido de DESEJAR, é TRANSITIVO
DIRETO.
Ex.: Eu quero UMA CASA no campo.
Quero-a.
B) Com o sentido de ESTIMAR, é TRANSITIVO
INDIRETO.
Ex.: Quero a meus pais.
Quero- lhes. Quero a
eles.
10) LEMBRAR /
ESQUECER
Quando não vierem
acompanhados de pronome oblíquo ( me, te, se, etc.) exigem objeto direto.
Ex.: Lembrei o fato aqui ocorrido
Lembrei-o.
Esqueci o fato aqui
ocorrido.
Esqueci-o.
LEMBRAR-SE /
ESQUECER-SE
Quando vierem
acompanhados de pronome oblíquo, exigem a preposição DE antes do objeto indireto.
Ex.:Lembrei-me do fato aqui ocorrido.
Esqueci-me do fato aqui
ocorrido.
11) CUSTAR
A) No sentido de SER CUSTOSO, DIFÍCIL,
emprega-se na terceira pessoa do singular.
Ex.: Custa-me resolver este problema.
Custou-me resolver este
problema.
Custar-me-á resolver
este problema.
(Não se deve dizer: Eu
custei a resolver este problema.)
B) No sentido de PREÇO, não se
usam as expressões CARO e BARATO.
Ex.: Isto custou MUITO.
Isto custou POUCO.
(Barato e caro já
encerram a ideia de preço.)
12) IR – É Intransitivo, e seguido de adjunto
adverbial.
A) IR A significa que a pessoa tem a intenção
de voltar.
Ex.: Vou a Paris, mas volto logo.
B) IR PARA refere-se à intenção de permanência.
Ex.: Vou para Paris estudar lá.
13) MORAR / SITUAR /
RESIDIR.
Constroem-se com a
preposição EM.
EM + A = NA. Logo, as
construções certas são:
Moro na rua Tal.
Situado na rua Tal.
Residente na rua Tal.
Resumindo:
A
regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o verbo e seu
complemento. Veja:
A Norma contém conceitos básicos sobre Sistema de Gestão
( sem preposição)
verbo complemento
O desempenho agradou ao
cliente interno. (com preposição)
verbo complemento
Algumas vezes, usar uma preposição
em lugar de outra ou não usá-la pode resultar em mudança no sentido do verbo.
Veja a diferença entre:
·
agradar
o cliente ( sem preposição) = fazer
agrado
·
agradar
ao cliente (com preposição a) = satisfazer, aprazer
(Agradar o chefe é diferente de agradar ao
chefe, não?)
·
lavar
a máquina ( sem preposição) = o que foi
lavado
·
lavar à
máquina ( com preposição a) = como
foi lavado
·
Tomar
parte na reunião (com preposição em) = participar dela
·
tomar
parte da reunião (com preposição de) = usar um tempo dela
·
sentar
à mesa ( com preposição a) = próximo a ela
·
sentar
na mesa ( com preposição em) = sobre ela
·
bater
a máquina ( sem preposição) = dar pancada
·
bater
na máquina (com preposição em)
= ir de encontro a
·
bater
à maquina ( com preposição a) = datilografar
A) Outros
verbos que apresentam mais de uma regência com mudança de sentido:
VERBO
/ SENTIDO
|
REGÊNCIA
|
EXEMPLO
|
ASPIRAR
1. inspirar
2. almejar
|
1.
sem
preposição
2.
com A
|
1.
Todos
aspiram o ar poluído.
2.
Ele
aspira a um cargo mais
elevado.
|
ASSISTIR
1. prestar assistência
2. presenciar, ver
3. caber, pertencer
4. morar
|
1.
sem
preposição
2.
com A
3.
com A
4.
com
EM
|
1.
O
Setor Médico assiste os
funcionários.
2.
Assistiram a
um bom filme no Centro de Treinamento.
3.
É
um direito que assiste a
todos.
4.
Assistiam em Campos do Jordão.
|
PROCEDER
1.
ter
fundamento
2.
vir
de
3.
executar
4. agir
|
1.
sem
complemento
2.
com
DE
3.
com
A
4.
sem
preposição
|
1.
Essa
regra não procede.
2.
Estes
resultados procedem de seu
departamento.
3.
Procederão às investigações.
4.
Procederam bem durante a auditoria.
|
VISAR
1. dar visto
2. ter em vista
|
1.
sem
preposição
2.
com A
|
1.
O
funcionário visou o cheque.
2.
Visamos a um só bem: a felicidade do
nosso povo.
|
PRECISAR
1. indicar com
precisão
2. ter necessidade
|
1.
sem
preposição
2.
com DE
|
1.
Não
souberam precisar a hora do acidente.
2.
Precisaremos de sua colaboração.
|
DISPOR
1.
colocar
em ordem
2.
ter
à disposição
|
1.
sem
preposição
2.
com
DE
|
1.
Dispuseram os livros na estante.
2.
Dispunham de vultosa quantia para a
realização do evento.
|
CUSTAR
1.
ser
difícil
2.
acarretar
|
1.
com
A
2.
um sem, outro com preposição A
|
1.
Custou ao operário entender o
problema.
2.
A
falta de emprego custa sacrifício ao
povo.
|
Outras
vezes, a mudança de regência diferencia a forma culta de se expressar da
coloquial. Veja os casos:
·
Coloquial: Encomendaram o equipamento que tanto precisavam. (sem preposição)
·
Culto:
Encomendaram o equipamento de
que tanto precisavam. (com preposição)
B. Outros verbos que apresentam
desacordo de regência entre o registro culto e o coloquial:
VERBO
|
PREPOSIÇÃO
|
EXEMPLO
|
CHEGAR
|
1.
Culto
2.
Coloquial
|
1.
A
ambulância chegou ao
local.
2.
A ambulância chegou no local.
|
RESIDIR
(E MORAR)
|
C. Culto
2.
Coloquial
|
C. O assessor reside na Rua das Flores.
2. O assessor reside à Rua das Flores.
|
IMPLICAR
|
C. Culto
2.
Coloquial
|
1.
Criatividade
implica mudança.
2. Criatividade implica em mudança.
|
OBEDECER
|
C. Culto
2.
Coloquial
|
1.
Obedeça aos sinais de trânsito.
2. Obedeça os sinais
de trânsito.
|
PREFERIR
|
C. Culto
2.
Coloquial
|
1.
Preferiu trabalhar a estudar.
2. Preferiu trabalhar do que estudar.
|
IR
|
C. Culto
2.
Coloquial
|
1.
O
presidente irá ao sindicato
hoje.
2. O presidente irá no sindicato hoje.
|
SER
|
1.
Culto
2.
Coloquial
|
1.
Somos trinta nesta equipe.
2. Somos em trinta
nesta equipe.
|
ARRASAR
|
C. Culto
2.
Coloquial
|
1.
A
bomba arrasou o edifício.
|
HABITUAR-SE
|
C. Culto
2.
Coloquial
|
1.
Ele
se habituou à nova rotina.
2.
Ele
se habituou com a nova rotina.
|
AGRADECER
|
1.
Culto
2.
Coloquial
|
C. Agradeceu ao colega pela
colaboração.
2. Agradeceu ao colega
a colaboração.
|
Há ainda um terceiro grupo de verbos que admitem mais de uma regência, sem que,
entretanto, haja mudança de sentido.
Veja:
·
responder o questionário ( algo )
·
responder ao
telegrama (a algo)
·
responder-lhe que não tinha certeza (algo a alguém)
(=
a ele)
C)
Outros verbos que admitem mais de uma regência sem mudança de sentido:
VERBOS
|
COMPLEMENTOS
|
EXEMPLOS
|
AVISAR
(CERTIFICAR E
CIENTIFICAR)
|
1. algo a
alguém
2. alguém de
algo
|
1. Avise-lhe que chegamos
2. Avise-o de que chegamos.
|
INFORMAR
|
1. algo a
alguém
2. alguém de
algo
|
1. O jornal informava as fraudes ao
povo
O jornal informava-lhe as fraudes.
2 . Informava o povo das
fraudes.
Informava-o das fraudes.
|
ESQUECER
|
1. se de algo
2. algo
|
1. Esqueci-me dos documentos
2. Esqueci os documentos.
|
LEMBRAR
|
1. se de algo
2. algo
|
1. Ele lembrou-se de tudo.
2. Ele lembrou tudo.
|
ATENDER
|
2. alguém
3. a alguém
|
1. Atendi ao telefone
2. Atendi o cliente.
3. Atendi ao cliente.
|
DIGNAR-SE
|
1. de algo
2. algo
|
1.
Dignou-se de expedir as ordens.
2. Dignou-se expedir as ordens.
|
PAGAR
|
1. algo
3. Algo a alguém.
|
1.
Pagou a conta da luz.
2.
Pagou ao cobrador.
3. Pagou a conta ao cobrador.
|
PERDOAR
|
1.
algo
2.
alguém
3.
algo
a alguém
|
1.
A
prefeitura perdoou a dívida dos
inadimplentes.
2.
A
prefeitura perdoou os
inadimplentes.
3.
A
prefeitura perdoou a dívida aos
inadimplentes.
|
CUMPRIR
|
1. Algo
2. Com algo
|
1. Cumpriremos nossa
palavra.
2. Cumpriremos com nossa
palavra.
|
PRESIDIR
|
1.
algo
2.
a
algo
|
1. O analista presidirá o Congresso.
2. O analista presidirá ao Congresso.
|
PROCURAR
|
1. Algo
2. Por algo
|
1.
Procuraram uma Instrução de Trabalho.
2.
Procuraram por uma Instrução de
trabalho.
|
Regência Nominal
É o fato de um nome não ter sentido completo e exigir outro que lhe complete o sentido. Não há regras para o uso ou não de determinada preposição com
o nome. Alguns deles admitem mais de uma regência. A escolha de uma ou outra
preposição deve ser feita com base na clareza, na eufonia e também deve
adequar-se às diferentes formas de pensamento.
O termo
que completa o sentido de um nome é o complemento nominal, sempre por meio de
uma preposição. Seguem alguns nomes cuja regência pode trazer dúvidas:
Substantivos
Adjetivos
Advérbios
Observação: os advérbios terminados em -mente tendem
a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralelamente
a; relativa a; relativamente a.
Particularidades da regência
A
estrutura oracional da Língua Portuguesa permite
que se altere a posição dos termos dentro da frase e também autoriza a
utilização de um ou outro termo para que se evite a redundância, a repetição.
Quando
utilizamos esses processos facultados pela língua, devemos ter o cuidado de não
trocar a regência dos termos (o que é muito comum nas conversas do dia a dia).
Veja
este exemplo:
O que
você mais gosta em mim? (ERRADO)
Essa
frase está errada!
O
pronome interrogativo QUE está no lugar do complemento do verbo gostar. O verbo gostar pede a
preposição DE
antes
do seu complemento; portanto, deve aparecer essa preposição antes do pronome
interrogativo QUE.
A frase correta é:
Do que você mais gosta em mim?
Um único complemento para dois ou mais verbos
Comi e saboreei a fruta.
O objeto direto a fruta se liga tanto ao verbo comer quanto ao verbo saborear, e a frase está
correta.
Comi e gostei da fruta. (ERRADO)
Perceba que o objeto indireto da fruta se liga tanto ao verbo comer quanto ao verbo gostar, e a frase está errada!
No primeiro exemplo, tanto o verbo comer quanto o verbo saborear são verbos transitivos
diretos, ou seja, têm a mesma regência.
REGRA: verbos de regências idênticas podem ter
complemento único comum.
Observe agora os verbos do segundo exemplo:
comer é VTD, gostar é VTI, ou seja, são
verbos de regências diferentes.
REGRA: verbos de regências diferentes pedem
complementos distintos.
A correção será: Comi a fruta e gostei
dela.
Leia estes outros exemplos:
Entrei e sai da sala. (Errado!)
Entrei na sala e dela sai.
Li e refleti sobre o texto. (Errado!)
Li o texto e refleti sobre ele.
Amo e obedeço meu pai. (Errado!)
Amo meu pai e obedeço -lhe.
Ana gosta e confia em Raí. (Errado!)
Ana gosta de Raí e confia nele.
Regência com pronome interrogativo
Que, qual, quem, quanto e onde são pronomes interrogativos.
Há dois modelos de frase interrogativa:
■ direta: quando a frase termina em ponto de
interrogação.
Que horas são agora?
■ indireta: quando a frase termina em ponto-final, mas dá ideia de
pergunta.
Gostaria de saber que horas são.
Os pronomes interrogativos substituem os complementos verbais ou
nominais,
portanto estão sujeitos à regência como qualquer outro termo nessa função.
REGRA: se o pronome interrogativo é usado com um
verbo ou nome que peça preposição, essa preposição deve ser colocada antes
desse pronome interrogativo.
Qual perfume você falou? (errado!)
De qual perfume você falou?
Veja outros exemplos incorretos do dia a
dia e suas correções:
O que o senhor, ao concorrer a uma vaga,
aspira? (errado!)
A que o senhor, ao concorrer a uma vaga,
aspira?
Que filme você assistiu ontem? (errado!)
A que filme você assistiu ontem?
Quanto você precisa para ir à feira?
(errado!)
De quanto você precisa para ir à feira?
Onde você foi ontem? (errado!)
Aonde você foi ontem?
Regência com pronome relativo
Que, qual, quem, onde e cujo são pronomes relativos — substituem termo mencionado anteriormente. Veja:
Ela é a mulher. + Eu amo a mulher. = Ela é
a mulher que eu amo.
a) QUE — substitui nomes de pessoas, animais e
coisas:
Ana é a secretária que eu contratei.
Cachorro é o animal que eu lhe darei.
Comprei a camisa que você me pediu.
b) QUAL — substitui nomes de pessoas, animais e
coisas.
Esse pronome sempre é usado com artigo antecedente (o qual, a qual, os quais, as quais):
Ana é a secretária da qual eu te falei.
Cachorro é o animal do qual gosto.
Comprei as camisas das quais você falou.
c) Quem — substitui nomes de pessoas:
Todos são pessoas em quem confio.
d) Onde — substitui nomes de localidades (lugar):
e) Cujo — substitui nomes de pessoas, animais e
coisas desde
que
expressem ideia
de posse. Esse pronome sempre
concorda com o substantivo posterior a ele. Não pode haver artigo entre o pronome cujo e o substantivo com o qual ele concorda:
Esta é a fazenda cujo pasto secou.
Conheço o homem cujas filhas estão na tevê.
Curiosidades
1) Depois do pronome cujo só pode aparecer substantivo.
Estão erradas as frases:
Ela é a mulher cuja ninguém conhece.
Ela é a mulher cuja não devemos
desobedecer.
Ela é a mulher cuja jamais deixarei de
amar.
Ela é a mulher cuja ela odeia.
2) Pode aparecer um adjetivo antes do substantivo:
Esta é a fazenda cujo enorme pasto secou.
Conheço o homem cujas belas filhas estão na
tevê.
Os pronomes relativos substituem termos que
podem funcionar como complementos verbais (objeto direto, objeto indireto) ou
como complementos nominais. Sendo assim, eles acatarão a qualquer
particularidade regencial dos complementos que substituem.
REGRA: se o pronome relativo é usado
com verbo ou nome que peça preposição, essa preposição deve ser colocada antes
do pronome relativo.
Eu não conheço a marca de margarina que
você gosta. (errado)
Não conheço a marca de margarina de que
você gosta.
Repare: o verbo gostar pede a preposição DE, que aparece antes do
pronome relativo, pois este é o seu complemento.
Regência com pronome pessoal do caso oblíquo átono
a) Pronome oblíquo como objetos diretos
e indiretos
Os complementos verbais podem ser
substituídos por pronomes pessoais do caso oblíquo.
O s pronomes serão classificados como objeto
direto ou objeto indireto, de acordo com a regência do verbo a que se ligam.
Assim: Ela me procurou.
ME — objeto direto, pois o verbo procurar
pede um complemento sem preposição.
Ela me obedeceu.
ME — objeto indireto, pois o verbo obedecer
pede um complemento com preposição.
Os pronomes O, OS, A, AS, LHE, LHES têm
usos específicos, por se referirem todos à 3ª pessoa.
O, A, OS, AS — são sempre objeto direto, ou seja, só podem
substituir complementos verbais sem preposição.
Comi as frutas. = Comi -as.
Observei o paciente. = Observei -o.
Não vi as meninas hoje. = Não as vi hoje.
LHE, LHES — são sempre objeto indireto, ou seja, só podem
substituir complementos verbais com preposição.
Ela obedece aos pais. = Ela lhes obedece.
Nós agradecemos a Pedro o jantar. = Nós lhe
agradecemos o jantar.
Mandei flores para a Radegondes. = Mandei
-lhe flores.
Curiosidade: LHE/LHES só substituem objetos
indiretos iniciados pelas preposições A ou PARA.
Gosto da Maria.
Gosto -lhe. (errado!)
Gosto dela.
Simpatizei com o novo professor.
Simpatizei -lhe. (errado!)
Simpatizei com ele.
Eu acreditei na simpática garota do balcão
de informações.
Eu acreditei -lhe. (errado!)
Eu acreditei nela.
Atenção:
Os verbos
ASSISTIR (no sentido de ver)
ASPIRAR (no sentido de desejar)
VISAR (no sentido de desejar)
OBEDECER (quando se refere a uma coisa)
não admitem o LHE/LHES como complemento.
Assisti ao filme. — Assisti a ele.
Aspirei ao cargo. — Aspirei a ele.
Visei ao cargo. — Visei a ele.
Obedeci à lei. — Obedeci a ela.
Há uma construção clássica na Língua Portuguesa que
permite a substituição de dois complementos verbais diferentes ao mesmo tempo:
Eu entreguei o presente
ao menino.
o presente — objeto direto = o
ao menino — objeto indireto = lhe
Eu lho entreguei. (lhe + o)
Ela trouxe água para mim.
água — objeto direto = a
para mim — objeto indireto = me
Ela trouxe -ma. (me + a)
Dou os cadernos para ti.
os cadernos — objeto direto = os
para ti — objeto indireto = te
Dou -tos. (te + os)
b) Pronome oblíquo como complemento
nominal
O s pronomes oblíquos átonos podem ser usados
como complementos nominais. Para tanto, basta que nós os coloquemos como substitutos de
termos preposicionados que se ligam a nomes.
Seu conselho foi útil para o menino.
Seu conselho foi -lhe útil.
O termo para o menino completa o
sentido do nome útil, portanto é um complemento nominal e, se o pronome lhe
o substitui, terá a mesma classificação.
O passeio ser -nos -á agradável. (O passeio
será agradável para nós.)
c) Pronome oblíquo como adjunto
adnominal
O s pronomes oblíquos podem funcionar como
pronomes possessivos; nesse caso não representam complementos (nem verbais nem
nominais); serão — portanto — adjuntos adnominais.
Pisou-me o pé e não
pediu desculpa. (pisou o meu pé) — me (indicando posse) é adjunto adnominal.
O bandido levou-nos o
carro. (levou
o nosso carro) — nos (indicando posse) é adjunto adnominal.
O sol queimava-lhe a
pele. (o
sol queimava a pele dele / a sua pele) — lhe (indicando posse) é adjunto adnominal.
Verbos que pedem dois complementos
Os verbos que pedem dois complementos (Verbo Transitivo Direto e Indireto) devem sempre
apresentar um complemento sem preposição e outro com preposição. Caso isso não
aconteça, a frase estará incorreta.
O pai autorizou aos filhos a irem ao
cinema. (errado)
O pai autorizou os
filhos a irem ao cinema.
os filhos — objeto direto
a irem ao cinema — objeto indireto
OU
O pai autorizou aos
filhos irem ao cinema.
aos filhos — objeto indireto
irem ao cinema — objeto direto
Informei -os que sairia mais cedo. (errado)
Informei -os de que
sairia mais cedo.
os — objeto direto
de que sairia mais cedo — objeto indireto
OU
Informei -lhes que
sairia mais cedo.
lhes — objeto indireto
que sairia mais cedo — objeto direto
(Imagem extraída de : Martino, Agnaldo. Português esquematizado®: gramática, interpretação de texto, redação oficial,redação discursiva – 3.ed.rev.–São Paulo: Saraiva,2014.–(Coleção esquematizado®))
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