O Trovadorismo foi o período literário da Idade Média e o Classicismo foi
o período literário da época do Renascimento (Idade Moderna).
Entre esses dois períodos há um momento de transição chamado de Humanismo.
O que você precisa saber sobre o
Renascimento
A doutrina da Igreja Católica dominou a vida do
povo durante a Idade Média. Agora, na Idade Moderna, a Igreja vive a crise da
Reforma Protestante e entra em choque com a evolução científica, que passa a
considerar o homem como o centro do universo (antropocentrismo) ao invés de
Deus (teocentrismo), além de exaltar o pensamento baseado na razão
(racionalismo). Portanto, o homem passa a ser valorizado e, além disso, há uma
volta à antiga cultura clássica da Grécia e da Roma antiga (daí vem o nome
"Renascimento"), trazendo a mitologia e seus deuses de volta
(paganismo). É por isso que nas pinturas renascentistas é bem comum vermos as
pessoas sem roupa (valorização do corpo humano), além das figuras mitológicas
(como a deusa Vênus, que aparece na pintura abaixo).
O período literário dessa época é chamado de
"Classicismo" justamente por todas essas características do
Renascimento: antropocentrismo (o homem no centro de tudo), racionalismo (valorização
da razão) e paganismo(mitologia grega e romana). Era a época também das Grandes Navegações (universalismo: o homem rompe fronteiras e conquista o resto do mundo) e o grande
destaque literário do período foi Luís de Camões, que escreveu Os
Lusíadas, um poema épico que gira em torno da expansão de Portugal nas
Grandes Navegações.
Camões
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Os Lusíadas
"Os
Lusíadas" era a obra que representava o Renascimento, pois falava a
respeito do povo heroico português que foi desbravar o mar, que descobriu o
novo continente (antropocentrismo e universalismo). O herói é o povo
português (e não apenas os marinheiros que desbravaram o mar). Os
portugueses avançaram contra os mares desconhecidos, esmagaram as superstições
dos monstros invisíveis que habitavam as águas e redesenharam os mapas do
mundo.
A
obra é uma "epopeia", ou seja, um poema épico de
grandes proporções que narra o heroísmo e a bravura dos marinheiros portugueses
que foram conquistar o mundo.
A
característica da mitologia grega também aparece na obra de
Camões. Vários deuses aparecem em "Os Lusíadas": Apolo, Baco, Netuno,
Júpiter, Vênus, entre outros. Há uma parte do poema onde Camões pede inspiração
às "ninfas do rio Tejo" para poder escrever, o que não deixa de ser
uma característica mitológica.
Estrutura
De
modo geral, o poema é dividido em cinco partes:
1)
Proposição: Camões mostra o assunto de seu poema,
dizendo que vai escrever sobre uma viagem de Vasco da Gama às Índias, além de
exaltar a glória do povo português em sua expansão pelo mundo, espalhando a fé
cristã (a obra mistura mitologia com cristianismo).
2)
Invocação: Camões pede às Tágides (musas
mitológicas que ficam no rio Tejo) inspiração para escrever.
3) Dedicatória: Camões dedica o livro ao rei de Portugal, dedicando as linhas do canto 6 ao 17 só pra isso. Camões diz ao rei (dom Sebastião) que confia a continuação das glórias e das conquistas do povo que estão sendo narradas no livro.
4) Narração: é o enredo em si.
5) Epílogo: Finalmente, Camões termina a sua obra com o epílogo. Nessa parte, o poeta fica triste ao observar a realidade, não vendo mais as glórias e as conquistas no futuro de seu povo.
Poesia
Lírica
Além
do poema épico (Os Lusíadas), Camões também escrevia poesias líricas (que
é a poesia "normal" como a gente conhece: poesia com sentimento, onde
o autor dá voz a um Eu-Lírico). As poesias líricas de Camões eram escritas na
medida velha (redondilhas) e seus versos eram decassílabos. O grande destaque
de suas poesias líricas eram os seus sonetos (uma modalidade específica de
poesia formada por quatro estrofes: duas de quatro versos e duas de três
versos).
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