Contexto histórico
Nas últimas décadas, a cultura brasileira vivenciou um período de
acentuado desenvolvimento tecnológico e industrial; entretanto, neste período
ocorreram diversas crises no campo político e social.
Os anos 60 (época do governo democrático-populista de J.K.) foram
repletos de uma verdadeira euforia política e econômica, com amplos reflexos
culturais: Bossa Nova, Cinema Novo, teatro de Arena, as Vanguardas, e a
Televisão.
A crise desencadeada pela renúncia do presidente Jânio Quadros e o golpe
militar que derrubou João Goulart colocaram fim nessa euforia, estabelecendo um
clima de censura e medo no país (promulgação do AI-5; fechamento do Congresso;
jornais censurados, revistas, filmes, músicas; perseguição e exílio de
intelectuais, artistas e políticos). A cultura usou disfarces ou recuou.
A conquista do tricampeonato mundial de futebol em 1970, foi
capitalizada pelo regime militar e uma onda de nacionalismo ufanista
espalhou-se por todo o país, alienando as mentes e adormecendo a consciência da
maioria da população por um bom período de tempo: "Brasil - ame-o ou
deixe-o", a cultura marginalizou-se.
Em 1979, um dos primeiros atos do presidente Figueiredo foi sancionar a
lei da anistia, permitindo a volta dos exilados. Esse ato presidencial fez o
otimismo e esperança renascerem naqueles que discordavam da política praticada
pelos militares daquele período.
Na década de 80 inicia-se uma mobilização popular pela volta das
eleições diretas, que só veio a concretizar-se em 89, com a posse de Fernando
Collor de Mello, cassado em 1991.
1995: eleição e posse do presidente Henrique Cardoso.
1995: eleição e posse do presidente Henrique Cardoso.
Manifestações Artísticas
As manifestações literárias desse período desenvolvem-se a partir de
duas linhas-mestras:
a) De um lado, a permanência de alguns autores já consagrados como João Cabral e Carlos Drummond de Andrade acompanhada do surgimento de novos artistas como Lygia F. Telles e Dalton Trevisan, ligados as linhas tradicionais da literatura brasileira: regionalismo, intimismo, urbanismo, introspecção psicológica.
a) De um lado, a permanência de alguns autores já consagrados como João Cabral e Carlos Drummond de Andrade acompanhada do surgimento de novos artistas como Lygia F. Telles e Dalton Trevisan, ligados as linhas tradicionais da literatura brasileira: regionalismo, intimismo, urbanismo, introspecção psicológica.
b) De outro lado, a ruptura com valores tradicionais
que se dispersam através de propostas alternativas ou experimentais, buscando
novos caminhos ou exprimindo de maneiras pouco convencionais as tensões de um
país sufocado pelas forças da repressão. Nessa vertente nascem o concretismo, a
poesia Práxis, os romances e contos fantásticos, alegóricos.
O professor Domício Proença Filho (cit. in. Faraco e Moura, Língua e
Literatura, vol. 3 Ed. Ática), defende a ideia de que "nas três últimas
décadas, a cultura brasileira tem vivido sob o signo da multiplicidade seja na
área política, social ou artística". Para ele, a cultura pós-moderna
apresenta as seguintes características: eliminação entre fronteiras entre a
arte erudita e a popular; presença marcante da intertextualidade (diálogo com
obras já existentes e presumivelmente conhecidas) mistura de estilos (ecletismo
que contenta gostos diversificados) preocupação com o presente, sem projeção ou
perspectivas para o futuro. Na dramaturgia, especificamente, surgiu um
espectador mais ativo que passou a fazer parte de uma interação entre atores e
plateia. Música e cinema sofrendo
concorrência e pressão por parte da "moda" imposta pelos países mais
desenvolvidos. A rapidez de sucessão dos modismos, tendo por objetivo o consumo
desenfreado; o lucro, passou a reinar na sociedade brasileira.
Tratando-se especificamente da Literatura, o Professor Proença aponta as
seguintes características dessa arte, neste período:
a) Ludismo na criação da obra, desembocando frequentemente na paródia ou
pastiche. Ex.: as sucessivas imitações do famoso poema de Gonçalves Dias,
"Canção do Exílio" ("Minha terra tem palmeiras onde canta o
sabiá...").
b) Intertextualidade, característica da qual os textos de Drummond como
"A um bruxo com amor" (retomando M. de Assis); "Todo Mundo e
Ninguém" (retomando o auto da Lusitânia, de Gil Vicente) são belos
exemplos.
c) Fragmentação textual: "associação de fragmentos de textos
colocados em sequência, sem qualquer relacionamento explícito entre a
significação de ambos", como em uma montagem cinematográfica.
POESIA
Nesta há duas constantes:
a) Uma reflexão cada vez mais acurada e crítica sobre a realidade e a
busca de novas formas de expressão; mantêm nomes consagrados como João Cabral,
Mário Quintana, Drummond no painel da literatura.
b) Afirmação de grupos que usavam técnicas inovadoras como: sonoridade
das palavras, recursos gráficos, aproveitamento visual da página em branco,
recortes, montagens e colagens.
As principais vanguardas poéticas prendem-se aos grupos: Concretismo,
Poema-Processo, Poesia-Social, Tropicalismo; Poesia-Social e Poesia-Marginal.
Concretismo
O concretismo foi idealizado e realizado pelos irmãos Haroldo e Augusto de Campos e por Décio Pignatari. Em 1952 esse movimento começou a ser divulgado através da revista "Noigrandes"("antídoto contra o tédio" em linguagem provençal), mas seu lançamento oficial aconteceu em 1956, com a Exposição Nacional da Arte Concreta em São Paulo. Suas propostas aparecem no Plano- Piloto da Poesia Concreta; assinado por seus inventores:
Poesia concreta: produto de uma evolução crítica de
formas, dando por encerrado
o ciclo histórico do verso (unidade rítmico- formal), a poesia concreta começa por tomar conhecimento do espaço gráfico como agente estrutural, espaço qualificado estrutura espaço-temporal, em vez de desenvolvimento meramente temporístico-linear daí a importância da ideia do ideograma, desde o seu sentido geral de sintaxe espacial ou visual, até o seu sentido específico (fenollosa/pound) de método de compor baseado na justa posição direto-analógica não lógico discursiva - de elementos. (...). Poesia concreta: uma responsabilidade integral perante a linguagem, realismo total, contra uma poesia de expressão, subjetiva e hedonística. Criar problemas exatos e resolvê-los em termos de linguagem sensível uma arte geral da palavra. O poema- produto: objeto útil.
o ciclo histórico do verso (unidade rítmico- formal), a poesia concreta começa por tomar conhecimento do espaço gráfico como agente estrutural, espaço qualificado estrutura espaço-temporal, em vez de desenvolvimento meramente temporístico-linear daí a importância da ideia do ideograma, desde o seu sentido geral de sintaxe espacial ou visual, até o seu sentido específico (fenollosa/pound) de método de compor baseado na justa posição direto-analógica não lógico discursiva - de elementos. (...). Poesia concreta: uma responsabilidade integral perante a linguagem, realismo total, contra uma poesia de expressão, subjetiva e hedonística. Criar problemas exatos e resolvê-los em termos de linguagem sensível uma arte geral da palavra. O poema- produto: objeto útil.
Vários poemas desse período não apresentam versos; "jogam" com
a forma e o fundo, aproveitando o espaço gráfico em sua totalidade,
"brincam" com o significado e o significante do signo linguístico,
rejeitam a ideia de lirismo e tratam de forma inusitada o tema. O poema é como
um quadro, sem ligações com o universo subjetivo; esse "objeto"
concreto é passível de manipulação e permite múltiplas leituras (de cima para
baixo; da direita para a esquerda, em diagonal, etc.).
Como se pode perceber, retomam procedimentos que remontam às vanguardas
do início do século, tais como Cubismo e Futurismo. Seus recursos são os mais
variados: experiências sonoras (aliterações, paronomásias; caracteres
tipográficos variados (formas e tamanhos); diagramação; criação de neologismos.
O poeta é um artesão da civilização urbana, sintonizado com o seu tempo.
Poesia – Práxis
Em 1962, Mário Chamie lidera em grupo dissidente, contra o radicalismo
dos "mais concretos" e instaura a poesia-práxis. Em sua obra
Lavra-lavra faz uma espécie de manifesto:
“as palavras não são corpos inertes, imobilizados a partir de quem as profere e as usa”. As palavras são corpos- vivos. Não vítimas passivas do contexto.
“as palavras não são corpos inertes, imobilizados a partir de quem as profere e as usa”. As palavras são corpos- vivos. Não vítimas passivas do contexto.
O autor práxis não escreve sobre temas, ele parte de "áreas" (seja
uma fato externo ou emoção), procurando conhecer todos os significados e
contradições possíveis e atuantes dessas áreas, através de elementos sensíveis
que conferem a elas realidade e existência".
A poesia-práxis preocupou-se com a palavra- energia, que gera outras
palavras - uma valorização do ato de compor. É o que se vê no poema Agiotagem,
de Mário Chamie:
Agiotagem
um dois três
o juro: o prazo
o pôr/ o cento/ o mês/ o ágio porcentagio.
dez cem mil
o lucro: o dízimo
o ágio/ a moral/ a monta em péssimo empréstimo.
um dois três
o juro: o prazo
o pôr/ o cento/ o mês/ o ágio porcentagio.
dez cem mil
o lucro: o dízimo
o ágio/ a moral/ a monta em péssimo empréstimo.
muito nada tudo a quebra: a sobra a
monta/ o pé/ o cento/ a quota haja nota agiota.
Fragmento do Poema "LAVRADOR" (Mário Chamie)
LAVRA: Onde tendes pá, pé e o pó sermão da cria: tal terreiro
DOR: Onde tenho a pó, o pé e a pá quinhão da via: tal meu meio de plantar sem água e sombra.
LAVRA: Onde está o pó, tendes câimbra;
Poema-código (ou semiótico) e poema-processo.
Em 1964, Décio
Pignatari e Luiz Ângelo Pinto, lançaram a ideia do poema- código ou semiótico,
predominantemente visual, incorporando outras linguagens (jornal, propaganda),
montando um texto à maneira dadaísta.
Uma outra variante do Concretismo foi uma radicalização ainda maior - o
poema-processo, - criação de Wladimir Dias Pino e Alvares de Sá, utilizando,
sobretudo, signos visuais e dispensando o uso da palavra.
A poética da resistência: A
poesia-social
Seu principal mentor é o maranhense Ferreira Gullar, que, em 1964, rompe
com a poesia concreta e retoma o verso discursivo e temas de interesse social
(guerra-fria corrida atômica, neocapitalismo, terceiro mundismo), buscando
maior comunicação com o leitor e servir como testemunha de uma época. Após o
golpe militar e a AI-5, empreende uma verdadeira "poesia de
resistência", ao lado de outros escritores, artistas e compositores (J.J.
Veiga, Thiago de Mello, Affonso Romano de Sant'Ana, Antônio Callado,
Gianfrancesco Guarnieri, Chico Buarque, Oduvaldo Viana Filho...).
Tropicalismo
O movimento musical
popular chamado Tropicalismo originou-se, ainda na década de 60, nos festivais
de Música Popular Brasileira (MPB), realizados pela TV Record, que projetaram
no cenário nacional os jovens Caetano Veloso, Gilberto Gil, o grupo Os Mutantes
e Tom Zé, apoiados em textos de Torquato Neto e Capinam e nos arranjos do
maestro Rogério Duprat.
Com humor, irreverência, atitudes rebeldes e anarquistas, os
tropicalistas procuravam combater o nacionalismo ingênuo que dominava o cenário
brasileiro, retomando o ideário e as propostas do Movimento Antropofágico de
Oswald de Andrade. Dessa forma, propunham a devoração e deglutição de todo e
qualquer tipo de cultura, desde as guitarras elétricas dos Beatles até a Bossa
Nova de João Gilberto e o "nordestinismo" de Luiz Gonzaga.
Características dos textos:
Ironia e paródia, humor e fragmentação da realidade; enunciação de
flashes cinematográficos aparentemente desconexos, ruptura com os padrões
tradicionais da linguagem (pontuação sintaxe etc.).
Suas influências foram fundamentais na música, mas repercutiram também na literatura e no teatro.
Com o AI-5, seus representantes foram perseguidos e exilados.
Suas influências foram fundamentais na música, mas repercutiram também na literatura e no teatro.
Com o AI-5, seus representantes foram perseguidos e exilados.
A partir daí, a linguagem artística ou se cala ou se metaforiza ou apela
para meios não convencionais de divulgação.
A Poesia Marginal
Segundo a professora Samira Youssef Campedelli (M Literatura, História e
Texto, 3, Saraiva) "a poesia desenvolvida sob a mira da polícia e da
política nos anos 70 foi uma manifestação de denúncia e de protesto, uma
explosão de literatura geradora de poemas espontâneos, mal-acabados, irônicos,
coloquiais, que falam do mundo imediato do próprio poeta, zombam da cultura,
escarnecem a própria literatura”.
A profusão de grupos e movimentos poéticos, jogando para o ar padrões
estéticos estabelecidos, mostra um poeta cujo perfil pode ser mais ou menos
assim delineado: “ele é jovem, seu campo é a banalidade cotidiana,
aparentemente não tem nem grandes paixões nem grandes imagens, faz questão de
ser marginal". Experimentalismo, moralidade, ideologia e irreverência são
algumas de suas características.
A divulgação dessa obra foge do "circuito tradicional": são
textos fechados em muros; jornais, revistas e folhetos mimeografados ou
impressos em gráficas de fundo de quintal e vendidas em mesas de restaurantes,
portas de cinemas, teatros e centros culturais; happening e shows musicais; até
uma "chuva de poesia" foi realizada no centro de São Paulo, da
cobertura do edifício Itália, em 1980.
Ainda de acordo com a Professora Samira (opuscit, p.354)
"Recupera-se alguns laços com a produção do primeiro Modernismo (1922) -
poemas-minuto, poemas-piada; experimentaram-se técnicas como a colagem e a
desmontagem dadaístas; praticaram-se formas consagradas, como os sonetos ou o
haicai; tudo foi possível dentro do território livre da poesia marginal”, como
bem atestam os poemas de Paulo Leminsky, à moda grafite, com sabor de haicai:
NÃO DISCUTO COM O DESTINO O QUE PINTAR EU ASSINO
Representantes desse grupos: Wally Salomão, Cacaso, Capinam, Alice Ruiz,
Charles, Chacal, Torquato Neto e Gilberto Gil (Marginalia e "Geleia
Geral").
O céu não cai do céu
O céu não cai do céu (poema de Régis Bonvicino)
Não é rara também a paródia, assim como a metalinguagem.
Enquanto os concretistas atribuem grande importância à construção do
poema, os marginais preocupam-se, sobretudo com a expressão, ora de fatos
triviais, ora de seus sentimentos. Por isso, boa parte dessa poesia marca-se
por um tom de conversa íntima, de confissão pessoal.
Outras Tendências
Alguns poetas não se filiam a nenhuma dessas tendências, ou constituindo
obra pessoal ou seguindo novos caminhos, ainda muito novos e incertos para
serem "catalogados"; ou retomando a linha criativa de poetas já
consagrados, como Drummond, Murilo Mendes e João Cabral.
São eles: Adélia Prado, Manuel de Barros, José Paulo Paes, Cora Coralina; entre outros.
São eles: Adélia Prado, Manuel de Barros, José Paulo Paes, Cora Coralina; entre outros.
Prosa
Assim como na Poesia, na Prosa o período pós-moderno caracteriza-se por uma pluralidade de tendências e estilos.
A partir dos anos 70, vão-se quebrando limites entre os gêneros
literários: romance e conto, conto e crônica, crônica e notícia; desdobram-se e
acabam incorporando técnicas e linguagens, antes fora de seus domínios. Dessa
forma, aparecem romances com ares de reportagens; contos parecidos com poemas
em prosa ou com crônicas, autobiografias com lances romanescos narrativos que
adquirem contornos de cena teatral; textos que se constroem por justaposição de
cenas, reflexões, documentos...
O Romance
O romance ora segue as linhas tradicionais, aprofundando-se e enriquecendo-as com novos temas; ora inova, criando novas nuances de prosa.
Há diversos tipos de romance:
Romance regionalista:
Seguindo um caminho tradicional, iniciado desde o Romantismo, uma safra
de bons escritores continua a retratar o homem no ambiente das zonas rurais,
com seus problemas geográficos e sociais.
Ex.: Mário Palmério (Vila dos Confins, Chapadão do Bugre), José Cândido
de Carvalho (O Coronel e o Lobisomem), Bernardo Élis (O tronco), Herberto Sales
(Além dos Maribus), Antônio Callado (Quarup); entre outros.
Romance Intimista:
Na mesma linha de sondagem interior, de indagação dos problemas humanos,
iniciada por Clarice Lispector, vários autores exploram o interior de
personagens angustiadas, desnudando seus traumas, problemas psicológicos,
religiosos, morais e metafísicos:
Ex.: Lygia Fagundes Telles (Ciranda de Pedra, As Meninas), Autran
Dourado (Ópera dos Mortos, O Risco no Bordado), Osman Lins (O Fiel e a Pedra),
Lya Luft (Reunião de Família), Aníbal Machado (João Ternura), Fernando Sabino
(O Encontro Marcado), Josué Montello (Os degraus do Paraíso), Chico Buarque
(Estorvo); entre outros.
Romance urbano - social
Documenta os grandes centros urbanos com seus problemas específicos: a
burguesia e o proletariado em constante luta pela ascensão social, luta de
classes, violência urbana, solidão, angústia e marginalização.
Ex.: José Condé (Um Ramo para Luísa), Carlos Heitor Cony (O ventre),
Antônio Olavo Pereira (Marcoré), Marcos Rey, Luís Vilela, Ricardo Ramos, Dalton
Trevisan e Rubem Fonseca.
Romance político: A censura calou, durante um tempo, as
vozes dos meios de comunicação de massa fazendo com que o romance passasse a
suprir essa lacuna, registrando o dia-a-dia da história, fazendo surgir novas
modalidades de prosa:
a) paródia histórica. Ex.:
Márcio de Sousa (Galvez, o Imperador do Acre), Ariano Suassuna (A Pedra do
Reino), João Ubaldo Ribeiro (Sargento Getúlio).
b) o romance reportagem, com
emprego de linguagem jornalística e enredos com relatos de torturas, como
veículo de denúncia e protesto contra a opressão.
Ex.: Ignácio de Loyola Brandão (Zero, não Verás País Nenhum), Antônio Callado
(Quarup, Reflexos do baile), Roberto Drummond (Sangue de Coca- Cola) e Rubem
Fonseca (O Caso Morel).
c) o romance policial, com
aspectos urbanos e políticos aparece na ficção de Marcelo Rubens Paiva (Bala na
Agulha) e de Rubem Fonseca; este último, considerado o melhor nesse gênero,
escreveu "A Grande Arte", "Bufo & Spalanzani”, "Vastas
Emoções e Pensamentos Imperfeitos” dentre outros.
d) o romance histórico, que
consegue fundir narrativa policial, fatos políticos e abordagem histórica têm
grandes representantes como a obra "Agosto" de Rubem Fonseca, que
retrata os acontecimentos políticos que levaram Getúlio Vargas ao suicídio;
"Boca do Inferno" de Ana Miranda que retrata a Bahia do século XVII e
os envolvimentos políticos e amorosos de Gregório de Matos; Fernando Morais
seguindo esta linha escreve "Olga", a história da esposa de Luís
Carlos Prestes, entregue aos alemães nazistas pelo governo de Getúlio.
No Realismo Fantástico e no Surrealismo alguns escritores constroem
metáforas que representam a situação do Brasil utilizando situações absurdas e
assustadoras.
Ex.: Murilo Rubião é o pioneiro (O Pirotécnico Zacarias, O Ex-Mágico);
J. J. Veiga (Sombras de Reis Barbudos, A Hora dos Ruminantes); Moacir Scliar (A
Balada do Falso Messias, Carnaval dos Animais); Érico Veríssimo (Incidente em
Antares).
Romance Memorialista
e / ou autobiográfico
Essa tendência surge na ficção brasileira na década de 80, misturando
autobiografia, relatos de viagens memoriais e reflexões de intelectuais que
viveram no exílio ou foram testemunhas das atrocidades cometidas pelo regime
militar.
Ex.: Pedro Nava (Baú de Ossos), Érico Veríssimo (Solo de Clarineta I e
II), Fernando Gabeira (O que é isso Companheiro? e O Crepúsculo do Macho),
Marcelo Rubens Paiva (Feliz Ano Velho).
Romances experimentais e metalinguísticos.
Romances experimentais e metalinguísticos.
Desenvolvem novas técnicas de narrativa e trabalho linguístico que
apresentam estrutura fragmentária.
Ex.: Osman Lins (Avalovara), Ignácio de Loyola Brandão (Zero), Ivan
Ângelo (A Festa), Antônio Callado (Reflexos do Baile).
O Conto e a Crônica
A partir dos anos 70, houve uma verdadeira explosão editorial do conto e
da crônica, por serem narrativas curtas condensadas e atenderem à necessidade
de rapidez do mundo moderno. Novas dimensões foram introduzidas no conto
tradicional: subversão da sequência narrativa, interiorizarão do relato,
colagem de flashes e imagens, fusão entre poesia e prosa, evocação de estados
emocionais.
A crônica, texto ligeiro, de interpretação imediata, com flagrantes do
cotidiano, também passou a agradar o leitor tornando-se popular.
Autores que se destacam nesses dois gêneros:
Contos:
Lygia F. Telles, Osmar Lins, Murilo Rubião, Autran Dourado, Homero Homem, Moacyr Scliar, Oto Lara Resende, Dalton Trevisan, J. J. Veiga, Nélida Pinon, Rubem Fonseca, João Antônio, Domingos Pelegrim, Jr,Ricardo Ramos, Marina Colasanti, Luís Vilela, Marcelo Rubens Paiva, Ivan Ângelo e Hilda Hilst.
Lygia F. Telles, Osmar Lins, Murilo Rubião, Autran Dourado, Homero Homem, Moacyr Scliar, Oto Lara Resende, Dalton Trevisan, J. J. Veiga, Nélida Pinon, Rubem Fonseca, João Antônio, Domingos Pelegrim, Jr,Ricardo Ramos, Marina Colasanti, Luís Vilela, Marcelo Rubens Paiva, Ivan Ângelo e Hilda Hilst.
Crônica:
Rubem Braga, Vinícius de Moraes, Paulo Mendes Campos, Raquel de Queiroz, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Álvaro Moreira, Sérgio Porto (Stanislau Ponte Preta), Lourenço Diaféria, Luís Fernando Veríssimo e João Ubaldo Ribeiro.
Rubem Braga, Vinícius de Moraes, Paulo Mendes Campos, Raquel de Queiroz, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Álvaro Moreira, Sérgio Porto (Stanislau Ponte Preta), Lourenço Diaféria, Luís Fernando Veríssimo e João Ubaldo Ribeiro.
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