A história da Literatura Brasileira começa com a Literatura Portuguesa (do período medieval até o início da Idade Moderna). Depois do descobrimento do Brasil, deixamos de estudar a Literatura Portuguesa e passamos a estudar a Literatura Brasileira.
Para começarmos a estudar Literatura Brasileira nós precisamos, inicialmente, compreender o início da Literatura Portuguesa. As primeiras manifestações literárias em língua portuguesa ocorreram na Idade Média, quando Portugal ainda estava em processo de formação. Esse período é conhecido como Trovadorismo. Portanto, o Trovadorismo é o primeiro período da história da Literatura Portuguesa e é o primeiro que nós iremos estudar.
Para começarmos a estudar Literatura Brasileira nós precisamos, inicialmente, compreender o início da Literatura Portuguesa. As primeiras manifestações literárias em língua portuguesa ocorreram na Idade Média, quando Portugal ainda estava em processo de formação. Esse período é conhecido como Trovadorismo. Portanto, o Trovadorismo é o primeiro período da história da Literatura Portuguesa e é o primeiro que nós iremos estudar.
Marco Inicial
O Trovadorismo surgiu na Idade Média, no século XII e o seu marco inicial foi a "Cantiga da Ribeirinha" (ou "Cantiga da Garvaia"), escrita em 1189 por Paio Soares de Taveirós.
Por que "trovadores"?
Como a maior parte do povo não sabia
ler nem escrever, o gênero que mais se destacou no período do Trovadorismo foi
a poesia, que era cantada (daí vem o nome “cantigas”), acompanhadas de música e
de dança. Os trovadores compunham e cantavam essas cantigas, que eram escritas
e reunidas em livros chamados cancioneiros.
Tipos de poesia trovadoresca
Classificação das Cantigas
As cantigas podiam ser Líricas (de Amor
ou de Amigo) ou Satíricas (de Escárnio ou de Maldizer).
Cantiga de Amigo (Poesia Lírica): ambiente rural, linguagem simples
e forte musicalidade (ex: paralelismo – repetição de palavras ou frases).
Eu-lírico feminino, que vive se lamentado porque o namorado foi para a guerra.
Amor natural e espontâneo. Obs: nesse contexto, "amigo" tem o mesmo
sentido de "namorado".
Cantiga de Amor (Poesia Lírica): linguagem mais rebuscada, ambientação
aristocrática das cortes. Eu-lírico masculino, que vive se declarando para uma
mulher idealizada, inatingível e distante (amor cortês: convencionalismo
amoroso). Seu amor nunca é correspondido e o homem sempre é inferior à mulher,
como um vassalo (servo feudal) em relação ao seu suserano (senhor
feudal).
Cantiga de Maldizer (Poesia
Satírica): Crítica direta, linguagem agressiva e zombaria. Às vezes apareciam até
palavrões. Eram cantigas usadas para falar mal das pessoas de modo
explícito.
Cantiga de Escárnio (Poesia
Satírica): Crítica indireta, linguagem sutil (jogo
de palavras), ironia e duplo sentido. O nome da pessoa que era zombada não era
revelado.
Além das cantigas (poesia), havia
outros tipos de textos:
Novelas de Cavalaria (Prosa): adaptações das canções de gesta
(poemas que narravam aventuras heroicas). Aventuras fantásticas de cavaleiros
lendários e destemidos. Detalhes da vida e dos costumes da sociedade da época.
Teatro: Mistérios (episódios bíblicos),
milagres (episódios da vida dos santos), moralidades (didático-moralista, com
personagens abstratos ou defeitos morais).
Características do Trovadorismo
Como você já sabe, o Trovadorismo
surgiu na Idade Média e ele se desenvolveu em meio ao domínio da Igreja
Católica, da visão teocêntrica do mundo (Deus no centro de tudo) e do moralismo
religioso. Além disso, outro aspecto do período é a questão do feudalismo e das
relações de vassalagem, que nas cantigas ficou conhecida como vassalagem
amorosa (nas cantigas, o homem se coloca como o vassalo ou servo da
mulher amada).
Segue, abaixo, a "Cantiga da
Ribeirinha", texto considerado o marco inicial do Trovadorismo.
Logicamente, na Idade Média a língua portuguesa era bem diferente de como ela é
hoje.
Cantiga da Garvaia
No mundo nom me sei parelha,
mentre me for como me vai,
ca ja moiro por vos – e ai!
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraia
quando vos eu vi en saia!
Mau dia me levantei,
que vos enton non vi fea!
me foi a mi muin mal,
e vós, filha de don Paai
Moniz, e ben vos semelha
d’haver eu por vós guarvaia,
pois eu, mia senhor, d’alfaia
nunca de vós ouve nem ei
valia dua correa.
E, mia senhor, dês aquel di’, ai!
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