domingo, 16 de agosto de 2015

Sintaxe - Períodos compostos por subordinação


Apresenta o que se chama de oração subordinada: aquela que exerce função sintática em relação a outra dita oração principal. As orações subordinadas, dependendo da função sintática que exercem, podem ser:

Substantivas: Mostram-se como “um pedaço” que falta à oração principal. Têm valor sintático de um substantivo, por isto podem ser:

Subjetivas: Funcionam como sujeito da oração principal.
Exemplos: É bom/vires à aula hoje. Espera-se/que haja aula hoje.

Objetivas diretas: Funcionam como objeto direto do verbo da oração principal.
Exemplo: Os alunos sabem/que houve aula.

Objetivas indiretas: Funcionam como objeto indireto do verbo da oração principal.
Exemplo: Necessitamos/de que voltes hoje.

Completivas nominais: Funcionam como complementos nominais, presas por preposição a um nome constituinte da oração principal.
Exemplos: Temos certeza/de que haverá aula hoje.

Nota: Não há possibilidade de confusão entre as orações objetivas indiretas e as completivas nominais. Estas têm a preposição regida por um nome (substantivo, adjetivo, advérbio), aquelas têm a preposição regida por um verbo.

Predicativas: Funcionam como predicativo do sujeito da oração principal. Sucedem, normalmente, ao verbo de ligação ser, quando o sujeito a ele estiver anteposto.
Exemplo: A miséria é/que existem pobres no mundo.

Nota: Há grande problema na decisão da oração predicativa, já que se pode confundir com uma subjetiva. Preferimos achar que o antecedente do verbo ser lhe seja o sujeito; consequentemente, o termo seguinte é predicativo do sujeito.

Apositivas: Funcionam como aposto enumerativo, relativamente à oração principal.
Exemplo: A única verdade é esta:/que todos morreremos.

Adjetivas: Orações caracterizadoras, introduzidas por um pronome relativo — ou por um advérbio relativo: como, onde, quando — através de que fazem referência ao termo antecedente na oração principal.
As orações adjetivas evitam a repetição do antecedente na nova oração.
Exemplo: Não encontramos a mulher. A mulher havia fugido da sala. = Não encontramos a mulher/que havia fugido da sala.
As orações adjetivas podem ser explicativas — quando dispensáveis ao sentido total do período — ou restritivas — quando indispensáveis à razão do período.

Nota: O pronome relativo sempre exerce uma função sintática na oração subordinada adjetiva.

Adverbiais: Exercem a função sintática de adjuntos adverbiais, expressando as seguintes circunstâncias em relação à oração principal:

Causa: Morreu/porque bebeu veneno. (adverbial causal)

Consequência: Chorou tanto/que amanheceu com olhos inchados. (adverbial consecutiva)

Condição: Desde que te formes,/ terás bom emprego. (adverbial condicional)

Comparação: Ela é tão exuberante/quanto a mãe. (adverbial comparativa)

Concessão: Embora esteja apavorada,/mostra-se valente. (adverbial concessiva)

Conformidade: Faça a lição/conforme lhe ensinei. (adverbial conformativa)

Temporalidade: Mal cheguei a casa,/ ela começou a discussão. (adverbial temporal)

Finalidade: Estamos aqui,/a fim de trabalhar muito. (adverbial final)

Proporcionalidade: O homem progride,/ à medida que estuda. (adverbial proporcional)

Notas: 

1. Todas as orações subordinadas podem ser chamadas reduzidas: não apresentando conjunção e tendo o verbo numa forma nominal — infinitivo, gerúndio ou particípio. As reduzidas podem passar a desenvolvidas, caso se empregue um conectivo e se conjugue o verbo que está em forma nominal.

2. As palavras que e se, quando introduzem orações subordinadas substantivas, chamam-se conjunções integrantes.

3. Embora a NGB não registre, há orações subordinadas:
Substantiva agente da passiva: O relatório foi feito/por quem tem capacidade.
Adverbial locativa: Sempre fico onde posso meditar.
Adverbial modal: Rolou/como uma pedra.

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