Para testar conhecimentos. Logo mais, posto as respostas comentadas. Boa sorte!
TEXTO I
TEXTO I
Seis estados zeram fila de espera para transplante
da córnea.
Seis
estados brasileiros aproveitaram o aumento no número de doadores e de
transplantes feitos no primeiro semestre de 2012 no país e entraram para uma
lista privilegiada: a de não ter mais pacientes esperando por uma córnea. Até
julho desse ano, Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do
Norte e São Paulo eliminaram a lista de espera no transplante de córneas, de
acordo com balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, no Dia Nacional de
Doação de Órgãos e Tecidos. Em 2011, só São Paulo e Rio Grande do Norte
conseguiram zerar essa fila.
TEXTO
II
Disponível
em: http://noticias.uol.com.br.Acesso em: 11 ago. 2013 (adaptado).
1 - A notícia e o
cartaz abordam a questão da doação de órgãos. Ao relacionar os dois textos,
observa-se que o cartaz é
a)
contraditório, pois a notícia informa que o país superou a necessidade de
doação de órgãos.
b)
complementar, pois a notícia diz que a doação de órgãos cresceu e o cartaz
solicita doações.
c)
redundante, pois a notícia e o cartaz têm a intenção de influenciar as pessoas
a doarem seus órgãos.
d)
indispensável, pois a notícia fica incompleta sem o cartaz, que apela para a
sensibilidade das pessoas.
e)
discordante, pois ambos os textos apresentam posições distintas sobre a
necessidade de doação de órgãos.
2 - Óia eu aqui de novo xaxando
Óia
eu aqui de novo para xaxar
Vou
mostrar pr’esses cabras
Que
eu ainda dou no couro
Isso
é um desaforo
Que
eu não posso levar
Que
eu aqui de novo cantando
Que
eu aqui de novo xaxando
Óia
eu aqui de novo mostrando
Como
se deve xaxar
Vem
cá morena linda
Vestida
de chita
Você
é a mais bonita
Desse
meu lugar
Vai,
chama Maria, chama Luzia
Vai,
chama Zabé, chama Raque
Diz
que eu tou aqui com alegria
BARROS,
A. Óia eu aqui de novo.
Disponível
em: www.luizluagonzaga.mus.br.
Acesso
em: 5 maio 2013 (fragmento).
A
letra da canção de Antônio de Barros manifesta aspectos do repertório linguístico
e cultural do Brasil. O verso que singulariza uma forma característica do falar
popular regional é:
a)
“Isso é um desaforo”.
b)
“Diz que eu tou aqui com alegria”.
c)
“Vou mostrar pr’esses cabras”.
d)
“Vai, chama Maria, chama Luzia”.
e)
“Vem cá morena linda, vestida de chita”.
3 - Em uma escala
de 0 a 10, o Brasil está entre 3 e 4 no quesito segurança da informação.
“Estamos começando a acordar para o problema. Nessa história de espionagem corporativa,
temos muita lição a fazer. Falta consciência institucional e um longo
aprendizado. A sociedade caiu em si e
viu que é uma coisa que nos afeta”, diz S.P., pós-doutor em segurança da
informação. Para ele, devem ser estabelecidos canais de denúncia para esse tipo
de situação. De acordo com o conselheiro do Comitê Gestor da Internet (CGI), o
Brasil tem condições de desenvolver tecnologia própria para garantir a
segurança dos dados do país, tanto do governo quanto da população. “Há
uma
massa de conhecimento dentro das universidades e em empresas inovadoras que podem
contribuir propondo medidas para que possamos mudar isso [falta de segurança]
no longo prazo”. Ele acredita que o governo tem de usar o seu poder de compra
de softwares e hardwares para a área da segurança cibernética, de forma a
fomentar essas empresas, a produção de conhecimento
na área e a construção de uma cadeia de produção nacional.
SARRES,
C. Disponível em: www.ebc.com.br Acesso
em: 22 nov. 2013 (adaptado).
Considerando-se
o surgimento da espionagem corporativa em decorrência do amplo uso da internet,
o texto aponta uma necessidade advinda desse impacto, que se resume em
a)
alertar a sociedade sobre os riscos de ser espionada.
b)
promover a indústria de segurança da informação.
c)
discutir a espionagem em fóruns internacionais.
d)
incentivar o aparecimento de delatores.
e)
treinar o país em segurança digital.
4 -
Opportunity
é o nome de um veículo explorador que aterrissou em Marte com a missão de enviar informações à Terra. A charge
apresenta uma crítica ao(à)
a)
gasto exagerado com o envio de robôs a outros planetas.
b)
exploração indiscriminada de outros planetas.
c)
circulação digital excessiva de autorretratos.
d)
vulgarização das descobertas espaciais.
e)
mecanização das atividades humanas.
5- Só há uma
saída para a escola se ela quiser ser mais
bem-sucedida: aceitar a mudança da língua como um fato. Isso deve significar
que a escola deve aceitar qualquer forma da língua em suas atividades escritas? Não
deve mais corrigir? Não! Há
outra dimensão a ser considerada: de fato, no mundo
real da escrita, não existe apenas um português correto, que valeria para todas
as ocasiões: o estilo dos contratos não é o mesmo do dos manuais de instrução; o
dos juízes do Supremo não é o mesmo do dos cordelistas; o dos editoriais dos
jornais não é o mesmo do dos cadernos de cultura dos mesmos jornais. Ou do de
seus colunistas.
POSSENTl,
S. Gramática na cabeça. Língua Portuguesa, ano 5.º, n.º 67, maio 2011
(adaptado).
Sírio
Possenti defende a tese de que não existe um único “português correto”. Assim
sendo, o domínio da língua portuguesa implica, entre outras coisas, saber
a)
descartar as marcas de informalidade do texto.
b)
reservar o emprego da norma padrão aos textos de circulação ampla.
c)
moldar a norma padrão do português pela linguagem do discurso jornalístico.
d)
adequar as formas da língua a diferentes tipos de texto e contexto.
e)
desprezar as formas da língua previstas pelas gramáticas e manuais divulgados
pela escola.
6 –
Disponível
em: www.portaldapropaganda.com.br. Acesso
em: 29 out. 2013 (adaptado).
Os
meios de comunicação podem contribuir para a resolução
de problemas sociais, entre os quais o da violência sexual infantil. Nesse
sentido, a propaganda usa a metáfora do pesadelo para
a)
informar crianças vítimas de abuso sexual sobre os perigos dessa prática,
contribuindo para erradicá-la.
b)
denunciar ocorrências de abuso sexual contra meninas, com o objetivo de colocar
criminosos na cadeia.
c)
dar a devida dimensão do que é o abuso sexual para uma criança, enfatizando a
importância da denúncia.
d)
destacar que a violência sexual infantil predomina durante a noite, o que
requer maior cuidado dos responsáveis nesse período.
e)
chamar a atenção para o fato de o abuso infantil ocorrer durante o sono, sendo
confundido por algumas crianças com um pesadelo.
7 –
eu acho um fato
interessante ... né ... foi como meu pai e minha mãe vieram se conhecer né que
... minha mãe morava no Piauí com toda família né meu ... meu avô ... materno
no caso ... era maquinista ... ele sofreu um acidente ... infelizmente morreu
... minha mãe tinha cinco anos ... né ... e o irmão mais velho dela ... meu
padrinho ... tinha dezessete e ele foi obrigado a trabalhar ... foi trabalhar
no banco ... e ... ele foi ... o banco... no caso ... estava ... com um número
de funcionários cheio e ele teve que ir para outro local e pediu transferência
prum local mais perto de Parnaíba que era a cidade onde eles moravam e por
engano o ... o ... escrivão entendeu Paraíba ... né ... e meu ... e minha
família veio parar em Mossoró que era exatamente o local mais perto onde tinha
vaga pra funcionário do Banco do Brasil e:: ela foi parar na rua do meu pai...
né ... e começaram a se conhecer ... namoraram onze anos ... né ... pararam
algum tempo ... brigaram ... é lógico ... porque todo relacionamento tem uma
briga ... né ... e eu achei esse fato muito interessante porque foi uma
coincidência incrível... né ... como vieram a se conhecer... namoraram e hoje
... e até hoje estão juntos ... dezessete anos de casados...
CUNHA, M. A. F.
(Org.) Corpus discurso & gramática: a língua falada e escrita na
cidade do Natal. Natal: EdUFRN, 1998.
Na transcrição
de fala, há um breve relato de experiência pessoal, no qual se observa a
frequente repetição de “né”. Essa repetição é um(a)
a) índice de
baixa escolaridade do falante.
b) estratégia
típica de manutenção da interação oral.
c) marca de
conexão lógica entre conteúdos na fala.
d) manifestação
característica da fala regional nordestina.
e) recurso
enfatizador da informação mais relevante da narrativa.
8 - O boxe está perdendo cada vez mais
espaço para um fenômeno relativamente recente do esporte, o MMA. E o maior
evento de Artes Marciais Mistas do planeta é o Ultimate Fighting
Championship, ou simplesmente UFC. O ringue, com oito cantos, foi desenhado
para deixar os lutadores com mais espaço para as lutas. Os atletas podem usar
as mãos e aplicar golpes de jiu-jitsu. Muitos podem falar que a modalidade é
uma espécie de valetudo, mas isso já ficou no passado: agora, a modalidade tem
regras e acompanhamento médico obrigatório para que o esporte apague o estigma
negativo.
CORREIA. D. UFC:
saiba como o MMA nocauteou o boxe em oito golpes. Veja. 10 jun. 2011
(fragmento).
O processo de
modificação das regras do MMA retrata a tendência de redimensionamento de
algumas práticas corporais, visando enquadrá-las em um determinado formato.
Qual o sentido atribuído a essas transformações incorporadas historicamente ao
MMA?
a) A modificação
das regras busca associar valores lúdicos ao MMA, possibilitando a participação
de diferentes populações como atividade de lazer.
b) As
transformações do MMA aumentam o grau de violência das lutas, favorecendo a
busca de emoções mais fortes tanto aos competidores como ao público.
c) As mudanças
de regras do MMA atendem à necessidade de tornar a modalidade menos violenta,
visando sua introdução nas academias de ginástica na dimensão da saúde.
d) As modificações
incorporadas ao MMA têm por finalidade aprimorar as técnicas das diferentes
artes marciais, favorecendo o desenvolvimento da modalidade enquanto defesa
pessoal.
e) As
transformações do MMA visam delimitar a violência das
lutas, preservando a integridade dos
atletas e
enquadrando a modalidade no formato do esporte
de espetáculo.
9 –
Uso de suplementos alimentares por
adolescentes
Evidências médicas sugerem que a suplementação alimentar pode ser benéfica para um pequeno grupo de pessoas, aí
incluídos atletas competitivos, cuja dieta não seja balanceada. Tem-se
observado que adolescentes envolvidos em atividade física ou atlética estão
usando cada vez mais tais suplementos. A prevalência desse uso varia entre os
tipos de esportes, aspectos culturais, faixas etárias (mais comum em
adolescentes) e sexo (maior prevalência em homens). Poucos estudos se referem a
frequência, tipo e quantidade de suplementos usados, mas parece ser comum que
as doses recomendadas sejam excedidas.
A mídia é um dos
importantes estímulos ao uso de suplementos alimentares ao veicular, por
exemplo, o mito do corpo ideal. Em 2001, a indústria de suplementos alimentares
investiu globalmente US$ 46 bilhões em propaganda, como meio de persuadir
potenciais consumidores a adquirir seus produtos. Na adolescência, período de
autoafirmação, muitos deles não medem esforços para atingir tal objetivo.
ALVES. C.; LIMA. R. J. Pediatr. v.85. n.º 4. 2009
(fragmento).
Sobre a associação entre a prática de atividades físicas e o uso de
suplementos alimentares, o texto informa que a ingestão desses suplementos
a) é indispensável para as pessoas que fazem atividades físicas
regularmente.
b) é estimulada pela indústria voltada para adolescentes que buscam
um corpo ideal.
c) é indicada para atividades físicas como a musculação com fins de
promoção da saúde.
d) direciona-se para adolescentes com distúrbios metabólicos e que
praticam atividades físicas.
e) melhora a saúde do indivíduo que não tem uma dieta balanceada e
nem pratica atividades físicas.
10 –
TEXTO I
João Guedes, um dos assíduos frequentadores do boliche do capitão, mudara-se da campanha havia três anos. Três
anos de pobreza na cidade bastaram para o degradar. Ao morrer, não tinha um
vintém nos bolsos e fazia dois meses que
saíra da cadeia, onde estivera preso por roubo de ovelha.
A história de sua desgraça se confunde com a da maioria dos que povoam a aldeia de Boa Ventura, uma cidadezinha
distante, triste e precocemente envelhecida, situada nos confins da fronteira
do Brasil com o Uruguai.
MARTINS. C. Porteira fechada. Porto Alegre: Movimento. 2001 (fragmento).
TEXTO II
Comecei a procurar emprego, já topando o que desse e viesse, menos
complicação com os homens, mas não tava fácil. Fui na feira, fui nos bancos de
sangue, fui nesses lugares que sempre dão para descolar algum, fui de porta em
porta me oferecendo de faxineiro, mas tava todo mundo escabreado pedindo
referências, e referências eu só tinha do diretor do presídio.
FONSECA. R. Feliz Ano Novo. São Paulo: Cia. das Letras. 1989
(fragmento).
A oposição entre campo e cidade esteve entre as temáticas tradicionais
da literatura brasileira. Nos fragmentos dos dois autores contemporâneos, esse
embate incorpora um elemento novo: a questão da violência e do desemprego. As
narrativas apresentam confluência, pois nelas o(a)
a) criminalidade é algo inerente ao ser humano, que sucumbe a suas
manifestações.
b) meio urbano, especialmente o das grandes cidades, estimula uma
vida mais violenta.
c) falta de oportunidades na cidade dialoga com a pobreza do campo
rumo à criminalidade.
d) êxodo rural e a falta de escolaridade são causas da violência
nas grandes cidades.
e) complacência das leis e a inércia das personagens são estímulos
à prática criminosa.
11 –
Tarefa
Morder o fruto amargo e não cuspir
Mas avisar aos outros quanto é amargo
Cumprir o trato injusto e não falhar
Mas avisar aos outros quanto é injusto
Sofrer o esquema falso e não ceder
Mas avisar aos outros quanto é falso
Dizer também que são coisas mutáveis ...
E quando em muitos a não pulsar
— do amargo e injusto e falso por mudar —
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.
CAMPOS, G. Tarefa. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1981.
Na organização do poema, os empregos da conjunção “mas” articulam, para
além de sua função sintática,
a) a ligação entre verbos semanticamente semelhantes.
b) a oposição entre ações aparentemente inconciliáveis.
c) a introdução do argumento mais forte de uma sequência.
d) o reforço da causa apresentada no enunciado introdutório.
e) a intensidade dos problemas sociais presentes no mundo.
12 –
Linotipos
O Museu da Imprensa exibe duas linotipos. Trata-se de um tipo de
máquina de composição de tipos de chumbo, inventada em 1884 em Baltimore, nos Estados
Unidos, pelo alemão Ottmar Mergenthaler.
O invento foi de grande importância por
ter significado um novo e fundamental avanço na história das artes gráficas.
A linotipia provocou, na verdade, uma revolução porque venceu a lentidão da composição dos textos executada na
tipografia tradicional, em que o texto era composto à mão, juntando tipos
móveis um por um.
Constituía-se, assim, no principal meio de composição tipográfica
até 1950. A linotipo, a partir do final do século XIX, passou a produzir
impressos a baixo custo, o que levou informação às massas, democratizou a informação.
Promoveu uma revolução na educação. Antes da linotipo, os jornais e revistas
eram escassos, com poucas páginas e caros. Os livros didáticos eram também
caros, pouco acessíveis.
O texto apresenta um histórico da linotipo, uma máquina tipográfica
inventada no século XIX e responsável pela dinamização da imprensa. Em termos
sociais, a contribuição da linotipo teve impacto direto na
a) produção vagarosa de materiais didáticos.
b) composição aprimorada de tipos de chumbo.
c) montagem acelerada de textos para impressão.
d) produção acessível de materiais informacionais.
e) impressão dinamizada de imagens em
revistas.
13 –
Cordel resiste a tecnologia gráfica
O Cariri mantém uma das mais ricas tradições da cultura popular. É a literatura de cordel, que atravessa os séculos
sem ser destruída pela avalanche de modernidade que invade o sertão lírico e
telúrico. Na contramão do progresso, que informatizou a indústria gráfica, a
Lira Nordestina, de Juazeiro do Norte, e a Academia dos Cordelistas do Crato
conservam, em suas oficinas, velhas máquinas para impressão dos seus cordéis. A
chapa para impressão do cordel é feita à mão, letra por letra, um trabalho
artesanal que dura cerca de uma hora para confecção de uma página. Em seguida,
a chapa é levada para a impressora, também manual, para imprimir. A manutenção
desse sistema antigo de impressão faz parte da filosofia do trabalho. A outra
etapa é a confecção da xilogravura para a capa do cordel.
As xilogravuras são ilustrações populares obtidas por gravuras
talhadas em madeira. A origem da xilogravura nordestina até hoje é ignorada.
Acredita-se que os missionários portugueses tenham ensinado sua técnica aos
índios, como uma atividade extra-catequese, partindo do princípio religioso que
defende a necessidade de ocupar as mãos para que a mente não fique livre, sujeita aos maus
pensamentos, ao pecado. A xilogravura antecedeu ao clichê, placa
fotomecanicamente gravada em relevo sobre metal, usualmente zinco, que era utilizada
nos jornais impressos em rotoplanas.
A estratégia gráfica constituída pela união entre as técnicas da impressão manual e da confecção da
xilogravura na produção de folhetos de cordel
a) realça a importância da xilogravura sobre o clichê.
b) oportuniza a renovação dessa arte na modernidade.
c) demonstra a utilidade desses textos para a catequese.
d) revela a necessidade da busca das origens dessa literatura.
e) auxilia na manutenção da essência identitária dessa tradição
popular.
14 –
Em bom português
No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas secas. Não é somente pela gíria que a gente é apanhada
(aliás, já não se usa mais a primeira pessoa, tanto do singular como do plural:
tudo é “a gente”). A própria linguagem corrente vai-se renovando e a cada dia uma
parte do léxico cai em desuso.
Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas coisas, chamou minha
atenção para os que falam assim:
— Assisti a uma fita de cinema com um artista que representa muito
bem.
Os que acharam natural essa frase, cuidado! Não saberão dizer que viram um filme com um ator que trabalha bem. E
irão ao banho de mar em vez de ir à praia, vestido de roupa de banho em vez de
biquíni, carregando guarda-sol em vez de barraca. Comprarão um automóvel em vez
de comprar um carro, pegarão um defluxo em vez de um resfriado, vão andar no
passeio em vez de passear
na calçada. Viajarão de trem de ferro e apresentarão sua esposa ou
sua senhora em vez de apresentar sua mulher.
SABINO. F. Folha de S.Paulo, 13 abr. 1984 (adaptado).
A língua varia no tempo, no espaço e em diferentes classes
socioculturais. O texto exemplifica essa característica da língua, evidenciando que
a) o uso de palavras novas deve ser incentivado em detrimento das
antigas.
b) a utilização de inovações no léxico é percebida na comparação de
gerações.
c) o emprego de palavras com sentidos diferentes caracteriza
diversidade geográfica.
d) a pronúncia e o vocabulário são aspectos identificadores da
classe social a que pertence o falante.
e) o modo de falar específico de pessoas de diferentes faixas
etárias é frequente em todas as regiões.
15 –
O exercício da crônica
Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um
cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas
pelas personagens e situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador
do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de sua máquina, olha
através da janela e busca fundo em sua imaginação um fato qualquer, de preferência
colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com as suas artimanhas
peculiares, possa injetar um sangue novo. Se nada houver, resta-lhe o recurso
de olhar em torno e esperar que, através de um processo associativo, surja-lhe
de repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de sua vida emocionalmente
despertados pela concentração. Ou então, em última instância, recorrer ao
assunto da falta de assunto, já bastante gasto, mas do qual, no ato de
escrever, pode surgir o inesperado.
MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São
Paulo: Cia. das Letras, 1991.
Predomina nesse texto a função da linguagem que se constitui
a) nas diferenças entre o cronista e o ficcionista.
b) nos elementos que servem de inspiração ao cronista.
c) nos assuntos que podem ser tratados em uma crônica.
d) no papel da vida do cronista no processo de escrita da crônica.
e) nas dificuldades de se escrever uma crônica por meio de uma
crônica.
Gabarito
1
|
|
2
|
|
3
|
|
4
|
|
5
|
|
6
|
|
7
|
|
8
|
|
9
|
|
10
|
|
11
|
|
12
|
|
13
|
|
14
|
|
15
|
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