quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Literatura Portuguesa - Classicismo

                    O Trovadorismo foi o período literário da Idade Média e o Classicismo foi o período literário da época do Renascimento (Idade Moderna). Entre esses dois períodos há um momento de transição chamado de Humanismo
O que você precisa saber sobre o Renascimento 
 
               A doutrina da Igreja Católica dominou a vida do povo durante a Idade Média. Agora, na Idade Moderna, a Igreja vive a crise da Reforma Protestante e entra em choque com a evolução científica, que passa a considerar o homem como o centro do universo (antropocentrismo) ao invés de Deus (teocentrismo), além de exaltar o pensamento baseado na razão (racionalismo). Portanto, o homem passa a ser valorizado e, além disso, há uma volta à antiga cultura clássica da Grécia e da Roma antiga (daí vem o nome "Renascimento"), trazendo a mitologia e seus deuses de volta (paganismo). É por isso que nas pinturas renascentistas é bem comum vermos as pessoas sem roupa (valorização do corpo humano), além das figuras mitológicas (como a deusa Vênus, que aparece na pintura abaixo). 

Pintura do Renascimento
               O período literário dessa época é chamado de "Classicismo" justamente por todas essas características do Renascimento: antropocentrismo (o homem no centro de tudo), racionalismo (valorização da razão) e paganismo(mitologia grega e romana). Era a época também das Grandes Navegações (universalismoo homem rompe fronteiras e conquista o resto do mundo) e o grande destaque literário do período foi Luís de Camões, que escreveu Os Lusíadas, um poema épico que gira em torno da expansão de Portugal nas Grandes Navegações.




Camões

Os Lusíadas

"Os Lusíadas" era a obra que representava o Renascimento, pois falava a respeito do povo heroico português que foi desbravar o mar, que descobriu o novo continente (antropocentrismo e universalismo). O herói é o povo português (e não apenas os marinheiros que desbravaram o mar). Os portugueses avançaram contra os mares desconhecidos, esmagaram as superstições dos monstros invisíveis que habitavam as águas e redesenharam os mapas do mundo.

A obra é uma "epopeia", ou seja, um poema épico de grandes proporções que narra o heroísmo e a bravura dos marinheiros portugueses que foram conquistar o mundo. 

A característica da mitologia grega também aparece na obra de Camões. Vários deuses aparecem em "Os Lusíadas": Apolo, Baco, Netuno, Júpiter, Vênus, entre outros. Há uma parte do poema onde Camões pede inspiração às "ninfas do rio Tejo" para poder escrever, o que não deixa de ser uma característica mitológica.  

Estrutura
De modo geral, o poema é dividido em cinco partes: 

1) Proposição: Camões mostra o assunto de seu poema, dizendo que vai escrever sobre uma viagem de Vasco da Gama às Índias, além de exaltar a glória do povo português em sua expansão pelo mundo, espalhando a fé cristã (a obra mistura mitologia com cristianismo). 

2) Invocação: Camões pede às Tágides (musas mitológicas que ficam no rio Tejo) inspiração para escrever. 

3) Dedicatória: Camões dedica o livro ao rei de Portugal, dedicando as linhas do canto 6 ao 17 só pra isso. Camões diz ao rei (dom Sebastião) que confia a continuação das glórias  e das conquistas do povo que estão sendo narradas no livro.

4) Narração: é o enredo em si.

5) Epílogo: Finalmente, Camões termina a sua obra com o epílogo. Nessa parte, o poeta fica triste ao observar a realidade, não vendo mais as glórias e as conquistas no futuro de seu povo.

Poesia Lírica


Além do poema épico (Os Lusíadas), Camões também escrevia poesias líricas (que é a poesia "normal" como a gente conhece: poesia com sentimento, onde o autor dá voz a um Eu-Lírico). As poesias líricas de Camões eram escritas na medida velha (redondilhas) e seus versos eram decassílabos. O grande destaque de suas poesias líricas eram os seus sonetos (uma modalidade específica de poesia formada por quatro estrofes: duas de quatro versos e duas de três versos). 

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