segunda-feira, 20 de julho de 2015

LOCUÇÃO VERBAL

Há situações em que encontramos dois verbos juntos. Se estes verbos estiverem representando uma única ação verbal, então estamos lidando com uma LOCUÇÃO VERBAL.

Leia a frase abaixo, retirada de um anúncio, e observe que há a forma verbal está lendo.
Se você  está lendo este anúncio, agradeça ao seu professor.
Está  lendo é uma expressão formada por dois verbos – está  (verbo estar no presente do indicativo) + lendo  (verbo ler no gerúndio) – com o valor de um, pois equivale a lê.
Se você  lê este anúncio, agradeça ao seu professor.
Obviamente, você vai questionar que o efeito semântico não é  o mesmo. Certamente, todas as escolhas que fazemos na língua (escolha de palavras, pontuação, etc.) são aplicadas com um objetivo específico, pois dependendo da escolha, resulta um efeito diferente na mensagem.

Conceito de LOCUÇÃO VERBAL
Quando dois ou mais verbos têm valor de um, eles formam uma locução verbal, expressão que é sempre composta por verbo auxiliar + verbo principal.
·                     Está  cantando = canta
·                     Ia andando = andava
Nas locuções verbais, conjuga-se apenas o verbo auxiliar, pois o verbo principal vem sempre em uma das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Os verbos auxiliares de uso mais frequente são ter, haver, ser, estar e ir.
Quando a locução verbal é constituída de formas dos verbos auxiliares ter e haver mais o particípio do verbo principal, temos um tempo composto.
·                     Ele já tinha saído para o trabalho quando você  me telefonou.
·                     Ele já saíra para o trabalho quando você  me telefonou.
Como podemos distinguir as locuções verbais e os tempos compostos?

Formação dos tempos compostos
Na voz ativa, como já  exemplificamos acima, os tempos verbais são compostos pelos verbos auxiliares ter ou haver + o verbo principal.
Já na voz passiva, os tempos compostos são formados pelos verbos auxiliares ter ou haver + ser + verbo principal no particípio.
·                     Temos sido beneficiados com o trabalho deste delegado.
·                     As vendas têm aumentado bastante no último mês

Formação da Locução verbal
A locução perifrástica, por sua vez, é formada pela junção de um verbo auxiliar + um verbo no infinitivo ou no gerúndio.
·                     Estamos fazendo o possível para terminar logo.
·                     Vou vender todas as mercadorias e atingir a minha meta.

Fonte:
CEREJA, William Roberto. Português: Linguagens: 
volume 2: ensino médio / William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 5. ed. – São Paulo: Atual, 2005.


CONCORDÂNCIA NOMINAL

Na concordância nominal os modificadores do substantivo (artigo, pronome, numeral, adjetivo) concordam em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural) com o substantivo.
As três amigas fiéis foram ao shopping.

Observe que o artigo “as”, o numeral “três” e o adjetivo “fiéis” concordam em gênero (feminino) e número (plural) com o substantivo “amigas”.

Observe alguns casos especiais.

a) Se o adjetivo vier depois de dois ou mais substantivos de gêneros diferentes, concordará com o substantivo mais próximo ou ficará no masculino plural.
Este texto está com conteúdo e imagem distorcida. OU
Este texto está com conteúdo e imagem distorcidos.

b) Se o adjetivo vier antes de dois ou mais substantivos, concordará com o mais próximo.
Está desligada televisão e microondas na cozinha.

c) Os termos: anexo, obrigado, incluso, próprio concordam com o substantivo.
Segue anexo à pasta o relatório da equipe.
O professor diz: Muito obrigado! A professora diz: Muito obrigada!

d) Os termos: meio, bastante, muito, caro, barato, só concordam com o substantivo.
Você está  hoje?
Tenho bastantes exames para fazer.
Esse colchão está muito caro.
Quantas horas? É meio-dia e meia. (meia hora)

Contudo, se os mesmos termos exercem função de advérbio, são invariáveis.
Ele  quer ir se for hoje.
Eles estão meio tristes, porém, ficarão melhores quando souberem.
Eles ficaram bastante animados.
Você achou que este colchão está caro?

e) As palavras: proibido, necessário, permitido, bom, quando precedidas de artigo, o adjetivo concordará em gênero com o substantivo:
A entrada é proibida.
A apresentação da carteira é necessária.
A torta está muito boa.

Entretanto, se o substantivo tiver sentido genérico, o adjetivo permanece invariável.
É proibido fumar!
Fumar não é bom para a saúde!

CONCORDÂNCIA VERBAL


Concordância é a harmonia de flexão das palavras na frase.
Principais regras de concordância verbal:

1) Concordância do verbo com sujeito simples:
Como regra geral, o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
Ex.: O aluno pediu explicação.

As lembranças felizes acompanharam-no por toda a vida.    Sumiu na estrada o carro policial.
Atenção: Não importa a posição do verbo (antes ou depois do sujeito simples), a concordância é sempre feita com o núcleo.

2) Concordância do verbo com sujeito composto:
A) Sujeito composto antecedendo o verbo: a forma verbal vai para o plural.
Ex.: O professor e os alunos chegaram atrasados.

B ) Sujeito composto posposto ao verbo: a forma verbal vai para o plural, ou pode concordar com o núcleo mais próximo.
Ex.: Chegaram à noite o professor e os alunos.     Chegou à noite o professor e os alunos.

Casos especiais de concordância verbal
1) Expressão MAIS DE, MENOS DE, CERCA DE, PERTO DE + numeral: o verbo concorda com o numeral que vier imediatamente à frente.
Ex.: Mais de um aluno faltou à prova.      Mais de cem alunos fizeram a prova.
Atenção: Quando mais de um indicar reciprocidade, o verbo fica no plural.  Mais de um deputado se acusaram.

2) O verbo vai para a 3ª pessoa do singular:

a) Sujeitos resumidos por TUDO, NADA, NENHUM, NINGUÉM.
Os livros, os cadernos, tudo estava desarrumado.  Os alunos, o bedel, o diretor, nenhum sabia de nada.

b) Sujeitos ligados por OU / NEM com ideia de exclusão.
José ou João será o presidente do clube.   Nem José nem Pedro ocupará o cargo.
Atenção: Com valor excludente, o verbo vai para o plural.    Santos ou Guarujá são excelentes lugares para as férias.     Nem a chuva nem o frio impediram que ela saísse.

c) Pesos, medidas, quantidades, seguidos de V. SER.
300 dólares é bastante.                      Trinta anos é uma eternidade!

d) CADA UM (A)               Cada um dos alunos declamou na festa.

e) NENHUM (A)                  Nenhum de nós achou graça.

f) Sujeito Indeterminado + part. SE            Dizia-se que o mundo iria acabar.

g) UM OU OUTRO             Um ou outro vestido lhe fica bem.

h) QUEM como sujeito         Somos nós quem paga.

i) Verbos Impessoais fazer (= tempo) e haver (=existir) - V. fenômeno meteorológico
Há pessoas interessantes aqui.                       Faz horas que...

3) O verbo vai para o plural ou singular:
a) Quando os sujeitos são sinônimos.                       A ira, o ódio o consumia (consumiam).
b) Quando o sujeito está em gradação.                     Um olhar, um gesto, uma palavra  basta. (bastam)
c) Quando se quer ressaltar o 1º sujeito.                   Pedro, como seus irmãos, nasceu na Bahia.                                                                                               (nasceram)
d) Sujeito: GRANDE PARTE, A MAIOR PARTE, A MAIORIA, UMA PARTE seguido de nome plural.
A maior parte dos soldados correu. (correram)

4) O verbo vai para o plural:
a) UM E OUTRO, NEM UM NEM OUTRO          Um e outro ficaram reprovados.
                                                                                  Nem um nem outro passaram de ano.
b) UM DOS... QUE, UMA DAS... QUE                 Sou um dos que compraram a rifa.
c) QUAIS DE VÓS, ALGUNS DE NÓS                Quais de vós sois patriotas?
                                                                                 Alguns de nós estivemos lá.
d) CONCORDÂNCIA COM O ARTIGO              Os Estados Unidos concordaram.

e) Sujeito = tudo, o, isso, aquilo + Predicativo do sujeito no plural              
                                                                                  Tudo eram flores.       Isto são mentiras. 

PRINCIPAIS REGRAS DE ORTOGRAFIA


Orientações Gerais
1) Devemos empregar "ss" em todos os substantivos derivados de verbos terminados em "gredir", "mitir", "ceder" e "cutir".  Exemplos:


AGREDIR / AGRESSÃO
PROGREDIR / PROGRESSÃO
REGREDIR / REGRESSÃO
TRANSGREDIR / TRANSGRESSÃO
ADMITIR / ADMISSÃO
DEMITIR / DEMISSÃO
OMITIR / OMISSÃO
PERMITIR / PERMISSÃO
TRANSMITIR / TRANSMISSÃO
ACEDER / ACESSO
CEDER / CESSÃO
CONCEDER / CONCESSÃO
EXCEDER / EXCESSO, EXCESSIVO
SUCEDER / SUCESSÃO
DISCUTIR / DISCUSSÃO
PERCUTIR / PERCUSSÃO
REPERCUTIR / REPERCUSSÃO



2) Devemos empregar "s" em todos os substantivos derivados de verbos terminados em "ender", "verter" e "pelir".  Exemplos:


APREENDER / APREENSÃO
ASCENDER / ASCENSÃO
COMPREENDER / COMPREENSÃO
DISTENDER / DISTENSÃO
ESTENDER / EXTENSÃO
PRETENDER / PRETENSÃO
SUSPENDER / SUSPENSÃO TENDER / TENSÃO
VERTER / VERSÃO             
REVERTER / REVERSÃO
CONVERTER / CONVERSÃO
SUBVERTER / SUBVERSÃO
EXPELIR / EXPULSÃO
REPELIR / REPULSÃO



3) Devemos empregar "ç" em todos os substantivos derivados dos verbos "TER" e "TORCER", mais seus derivados.  Exemplos:


ABSTER / ABSTENÇÃO
ATER / ATENÇÃO
DETER / DETENÇÃO
MANTER / MANUTENÇÃO
RETER / RETENÇÃO
TORCER / TORÇÃO
DISTORCER / DISTORÇÃO
CONTORCER / CONTORÇÃO



EMPREGO DO S OU DO Z

1. Os sufixos "ês" e "esa" são empregados na formação de nomes que designam profissão, títulos honoríficos de posição social, assim como em palavras que indicam origem, nacionalidade.
Exemplos: burguês, camponês, marquês, português, japonês, francês, burguesa, camponesa, marquesa, princesa, portuguesa, japonesa, francesa etc.

2. São grafadas com o sufixo "isa" as palavras que indicam ocupações femininas:  poetisa, profetisa, papisa, sacerdotisa, pitonisa.

3. Os sufixos "ez" e "eza" são empregados para formar nomes abstratos que derivam de adjetivos.  Exemplos:


ADJETIVOS / DERIVADOS

agudo / agudez escasso / escassez
estúpido / estupidez
límpido / limpidez
gago / gaguez 
honra / honradez
inválido / invalidez
intrépido / intrepidez
macio / maciez
rígido / rigidez
sensato / sensatez
sisudo / sisudez 
surdo / surdez
avaro / avareza
belo / beleza
certo / certeza  
rijo / rijeza
duro / dureza 
esperto / esperteza
justo / justeza
nobre / nobreza
pobre / pobreza
rico / riqueza
singelo / singeleza


4. Com "z",  normalmente, são grafadas palavras derivadas de outras em que já existe o "z", e verbos terminados pelo sufixo "izar", em cujos radicais das palavras que lhes deram origem possuam ou não a letra z.

Exemplos: balizado (baliza), arrazoado, razoável (razão), canalizar, finalizar, industrializar, organizar, utilizar, arborizar, dinamizar, regularizar, cicatrizar (cicatriz), envernizar (verniz), enraizar (raiz), deslizar (deslize) etc.
Observação: Os verbos terminados em "isar", com "s", têm apenas como sufixo as letras "ar", pois as letras "is", neste caso, fazem parte do radical da palavra que deu origem ao verbo.


análise / analisar
aviso / avisar
improviso / improvisar
pesquisa / pesquisar



EXCEÇÃO: Apesar de originar-se da palavra "catequese", que possui um "s" em seu radical, o verbo catequizar deve ser grafado com "z", pois a sílaba átona final de catequese foi suprimida para se inserir o sufixo "izar" na formação do verbo.

5. Grafam-se com "z"

as palavras derivadas com os sufixos "zada, zal, zarrão, zeiro, zinho, zito, zona, zorra, zudo". O "z", neste caso, é um infixo. Ex.: pazada, cafezal, canzarrão, açaizeiro, papelzinho, cãozito, mãezona, mãozorra, pezudo

Observação: Em palavras como "asinha, risinho, risada, casinha, caseiro, casebre", o "s" pertence ao radical dos vocábulos de origem (asa, riso, casa).

6. Também grafa-se com "s":

_ Após os ditongos;  Exemplos: lousa, coisa, causa, Neusa, ausência, Eusébio, náusea.
_ Nas formas dos verbos "pôr" (e derivados) e "querer";  Exemplos: pus, pusera, pusesse, puséssemos; repus, repusera, repusesse, repuséssemos; quis, quisera, quisesse, quiséssemos.

EMPREGO DO C E DO QU

Existem palavras que podemos escrever com "c" e também com "qu".
Exemplos:


catorze / quatorze
cociente / quociente
cota / quota
cotidiano / quotidiano
cotizar / quotizar


Observação: As palavras a seguir, porém, possuem uma só grafia: "cinquenta, cinquentenário, cinquentão, cinquentona."

EMPREGO DO X E DO CH

Deve-se empregar o "x" após os ditongos (encontros vocálicos = vogal + semivogal em uma mesma sílaba).  Exemplos: ameixa, feixe, caixa, trouxa, frouxo, gueixa, peixe, peixada, queixo, queixada, eixo, baixo, encaixar, paixão, rebaixar etc.
EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de árvore que produz o látex).
Emprega-se também o x:
_ Após as sílabas "en" e "me". Exemplos: enxada, enxurrada, enxame, enxaqueca, enxerido, enxovalho, enxugar, mexer, mexilhão, mexerico, mexerica, mexicano etc.
Observação: Palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, enchapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são grafadas com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja, pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, encher e seus derivados = prefixo en + radical de cheio; encharcar = en + radical de charco; enchiqueirar = en + radical de chiqueiro; enchapelar = en + radical de chapéu; enchu- maçar = en + radical de chumaço).
EXCEÇÃO: Em relação à regra da sílaba "me", uma exceção é O SUBSTANTIVO "mecha"; não confundir com a forma verbal "mexa" do verbo mexer que deve ser grafada com x.
_ Nas palavras de origem indígena ou africana e nas palavras inglesas aportuguesadas.
Exemplos: xavante, xingar, xique-xique, xará, xerife, xampu.
Outras palavras com X: bexiga, bruxa, caxumba, laxativo, laxante, maxixe, paxá, muxoxo, quixotesco, rixa, xarope, xícara, xucro, xereta, capixaba, faxina, lixo, graxa, praxe, puxar, relaxar, roxo, xaxim, xenofobia.
Outras palavras com CH: charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estrebuchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, salsicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachimbo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochila, piche, pichar, tchau.

Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas a grafia se distingue pelo contraste entre o x e o ch.  Exemplos:


brocha (pequeno prego)                      
broxa (pincel para caiação de paredes)
chá (planta para preparo de bebida)
xá (título do antigo soberano do Irã)
chalé (casa campestre de estilo suíço)
xale (cobertura para os ombros)
chácara (propriedade rural)
xácara (narrativa popular em versos)
cheque (ordem de pagamento)
xeque (jogada do xadrez)
cocho (vasilha para alimentar animais)
coxo (capenga, imperfeito)


tacha (mancha, defeito; pequeno prego); daí "tachar": colocar defeito  ou nódoa em alguém ou em algo.
taxa (imposto, tributo); daí "taxar": cobrar impostos. 

Como usar o gerúndio?


O emprego do gerúndio é considerado tão problemático que alguns escritores fazem esforços para nunca empregá-lo. Podem-se observar, no entanto, alguns princípios norteadores do uso dessa forma nominal.
O gerúndio constitui uma oração subordinada de caráter adverbial e, de certo modo, também possui uma função adjetiva. Para ter um emprego claro, o gerúndio deve estar o mais perto possível do sujeito ao qual se refere. Assim, Vi teu primo nadando não é o mesmo que Nadando, vi teu primo.

O bom emprego do gerúndio traz significados distintos.
Gerúndio modal: Chegou cantando.
Gerúndio temporal: Indica contemporaneidade entre a ação expressa pelo verbo principal e o gerúndio: Vi João passeando.
Gerúndio durativo: Ficou escrevendo sua redação.
Gerúndio cuja ação é imediatamente anterior à do verbo principal: Levantando o peso, deixou-o cair sobre o pé.
Gerúndio condicional: Tendo sido publicada a lei, obedeça-se!
Gerúndio causal: Conhecendo sua maneira de agir, não acreditei no que me disseram.
Gerúndio concessivo: Nevando muito, não iria à festa.
Gerúndio explicativo: Vendo que o leme não funcionava, o comandante chamou o mecânico.

Alguns empregos do gerúndio devem ser evitados:
Quando as ações expressas pelos dois verbos: gerúndio e verbo principal não puderem ser simultâneas: Chegou sentando-se ou: Machado de Assis nasceu no Aio, estudando com um amigo padre na infância.

Quando o gerúndio expressa qualidades e não comporta a ideia de contemporaneidade: Vi um jardim florescendo.

Quando a ação expressa pelo gerúndio é posterior à do verbo principal: O assaltante fugiu, sendo detido duas horas depois. Seria melhor dizer: O assaltante fugiu e foi detido duas horas depois.

Quando o gerúndio, copiando construção francesa (galicismo), passa a ter valor puramente de adjetivo: Viu uma caixa contendo... A construção mais adequada seria: Viu uma caixa que continha...

Como regra geral, pode-se dizer que o gerúndio está bem-empregado quando:
- há predominância do caráter verbal ou adverbial;
- caráter durativo da ação está claro;
- a ação expressa é coexistente ou imediatamente anterior à ação principal.


O uso do gerúndio será tão mais impróprio quanto mais se aproxime da função adjetiva, ou da expressão de qualidades ou estados, ou quanto maior a distância entre o tempo da ação expressa por ele e o tempo da ação do verbo principal.

CONTOS FANTÁSTICOS


Você deve pensar que nunca leu nenhum conto fantástico, tampouco sabe o que é e quais são as características do mesmo. Contudo, já deve ter lido muitos, principalmente ao longo da sua infância. Afinal de contas, A Bela Adormecida, Os três porquinhos, Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve, dentre outros, são histórias tradicionais que se repetem entre as gerações desde que existem.
Mais recentemente, temos a trilogia de Shrek, Senhor dos Anéis, Harry Potter e as crônicas de Nárnia que saíram das páginas e viraram “filmes de grande bilheteria”, como dizem na linguagem cinematográfica.
            Esse tipo de gênero textual já foi tema em provas de literatura e uma das propostas de redação de vestibulares.
            Então, vejamos suas características e como fazer esse tipo de produção literária.
            Como pode perceber, em todos os contos fantásticos citados acima, vemos um mundo irreal, situações improváveis, ações que transpassam a realidade e que vão além do humano. Há presença de magia que dá margem para que fatos absurdos aconteçam ao longo da narrativa. Logo, situações contrárias à vida comum acontecem como se fossem normais: seres mágicos aparecem e desaparecem com facilidade.
            Na maioria das vezes o herói possui um caráter excepcional, contudo, precisa vencer o inimigo que se mostra mais forte do que ele ou poderoso demais para ser vencido com as forças físicas. Nesta hora, surge um ser ou um objeto provido de poderes extraordinários que ajuda o herói a derrotar o mal.
            O que distingue o conto fantástico dos outros tipos de produção literária, como a fábula, por exemplo, é justamente a presença do fator mágico, da magia que envolve as personagens principais e que dá o desfecho da história.
            Um fator que aproxima o conto fantástico dos leitores é o de que o protagonista da história possui características humanas e também limites físicos e emocionais, porém, consegue enfrentar o problema e resolvê-lo com a ajuda do sobrenatural.

Portanto, para escrever um conto fantástico, baseie-se em uma história que conhece, contudo, não plagie, seja criativo e original.

PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação são usados para estruturar as frases escritas de forma lógica, a fim de que elas tenham significado. A pontuação é tão importante na linguagem escrita quanto a entonação,  os gestos, as pausas e até o tom de voz, são na linguagem oral. Bem empregados, os sinais de pontuação são um grande recurso expressivo:


"Oh! que doce era aquele sonhar...
               Quem me veio, ai de mim! despertar?"(A. Garret)


Mal colocados, no entanto, eles podem provocar confusão ou até mudar o sentido das frases:


Raquel não me respondeu. Quando a procurei, já era tarde.
Raquel não me respondeu quando a procurei. Já era tarde.


I. O ponto
O ponto (ou ponto final) é utilizado basicamente no final de uma frase declarativa: "Não sou poeta e estou sem assunto." (Fernando Sabino)
Alguns gramáticos chamam de ponto final apenas o ponto que encerra uma sentença. Ao ponto seguido por outras frases chamam de ponto simples. Além de finalizar um período, o ponto é utilizado em abreviaturas (ponto abreviativo: etc., h., S. Paulo) e é muito usado quando apenas uma vírgula bastaria. É um recurso estilístico: "Viera a trovoada. E, com ela, o fazendeiro, que o expulsara." (Graciliano Ramos)
Corintianos lotam o estádio. E rezam.

2. A vírgula
A vírgula, em seus vários usos, é fundamental para a correta entoação e interpretação da frase escrita. Como simples sinal de pausa, ela indica um tempo geralmente menor que o do ponto. Todo cuidado, porém, é pouco para que ela não seja empregada como sinal de pausa em situações equivocadas. Compare o ponto e a vírgula como sinal de pausa:
Era de noite, as janelas se fechavam.
Era de noite. As janelas se fechavam.

O emprego da vírgula
O uso da vírgula é basicamente regulado pela sintaxe. Assim, nem toda pausa é marcada por vírgula:
Seus grandes e valorosos serviços em prol da causa revolucionária de seu país foram tardiamente reconhecidos.
Na leitura em voz alta desse trecho, normalmente faríamos uma pausa após a palavra país. O uso da vírgula nesse caso, porém, é incorreto porque estaríamos separando o sujeito do verbo.
Como usar a vírgula
• Em enumerações, para separar os elementos que as compõem:
Machado de Assis foi contista, romancista, poeta, dramaturgo e crítico literário.
Nosso maior contista, romancista, poeta, dramaturgo e crítico literário foi Machado de Assis. (geralmente, o último termo da enumeração vem separado pela conjunção e)
• Em intercalações, quando palavras ou expressões se interpõem entre o sujeito e o verbo; entre o verbo e seus complementos (objetos) ou entre verbo e predicativo:
Os funcionários, a pedido do diretor,alteraram o horário.
sujeito verbo: Os funcionários alteraram, a pedido do diretor,o horário.
verbo objeto: Os funcionários estavam, porém,conscientes de seus direitos.
verbo predicado (Atenção: quando se trata da intercalação de uma expressão curta, pode-se omitir a vírgula):
Os funcionários alteraram imediatamente o horário da semana.
As crianças comem brincando uma lata de sorvete!
• Para separar adjunto adverbial, sempre que ele seja extenso ou quando se quer destacá-lo:


Depois de inúmeras tentativas, desistiu.
Escove os dentes,sempre, e diga adeus às cáries!


• Para isolar o predicativo quando não for antecedido por verbo de ligação:
Furioso, levantou-se.


• Para isolar aposto:
A minha avó, Maria, era suíça.

• Para isolar o vocativo:
Estamos de férias, pessoal !

• Para marcar elipse do verbo:
Sua palavra é a verdade; a minha, a lei.


• Para separar orações coordenadas, exceto as iniciadas pela conjunção e:
"Sei que ele andou falando em castigo,mas ninguém se impressionou." (José J. Veiga)
"Quis retroceder, agarrou-se a um armário, cambaleou resistindo ainda e estendeu os braços até a coluna." (Lygia Fagundes Telles)
Atenção: muitas vezes usa-se a vírgula antes de e, principalmente quando liga orações com sujeitos distintos:
"Agora Fabiano era vaqueiro, e ninguém o tiraria dali." (Graciliano Ramos)
Para dar ênfase, marcando uma pausa maior: "Disse, e fitou Don'Ana e sorriu para ela." (Jorge Amado)
Quando forma um polissíndeto: Levanta, e senta, e vira, e torna a se levantar.
• Para isolar orações adjetivas explicativas: Minha avó,que era francesa, não tolerava grosserias.
• Para separar as orações adverbiais e substantivas quando antecedem a oração Principal:
"Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado." (Manuel Bandeira)
Como Cassiano chegou a prefeito, ninguém soube.
Atenção: quando pospostas à oração principal, as orações substantivas, com exceção da apositiva, não vêm separadas por vírgulas: Ninguém soube como Cassiano chegou a prefeito.
As orações adverbiais pospostas à principal geralmente se separam por vírgula, nem Sempre obrigatória: A chuva não veio,embora todos a esperassem.
As mesmas regras que valem para as orações desenvolvidas valem para as reduzidas: "Para erguer-se, foi necessária a ajuda do carcereiro." (Murilo Rubião)

3.Ponto-e-vírgula
O ponto-e-vírgula é usado basicamente quando se quer dar à frase a pausa e a entoação equivalentes ao ponto, mas não se quer encerrar o período:
"A alma exterior daquele judeu eram os seus ducados; perdê-los equivalia a morrer." (Machado de Assis)
• O ponto-e-vírgula também é utilizado para separar itens de uma enumeração:


O plano prevê:
a) internações;
b) exames médicos;
c) consultas com médicos credenciados.


4. Dois-pontos
Usam-se os dois-pontos, geralmente:
• Para introduzir uma explicação, um esclarecimento: "Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora,outra que olha de fora para dentro..." (Machado de Assis)
• Para introduzir uma citação ou a fala do personagem:
O avô costuma resmungar: "Quem sai aos seus, não degenera..."

5. Interrogação e exclamação
• O ponto de interrogação marca o fim de uma frase interrogativa direta: Quem te deu licença?
• O ponto de exclamação marca o fim de frases optativas, imperativas ou exclamativas: Como era lindo o meu país!

6. Reticências
As reticências interrompem a frase, marcando uma pausa longa, com entoação descendente. São usadas basicamente:
• Para indicar uma hesitação, uma incerteza ou mesmo um prolongamento da idéia:
"Há um roer ali perto... Que é que estarão comendo?" (Dionélio Machado)
• Para sugerir ironia ou malícia:
"— Se ele até deixou a mulher que tinha, Sinhô.
É um fato. Estou bem informado... — e ria para João Magalhães, lembrando Margot." (Jorge Amado)

7. Aspas
As aspas são usadas para assinalar citações textuais e para indicar que um termo é gíria, estrangeirismo ou que está sendo usado em sentido figurado:
O presidente afirmou em seu discurso: "Toda corrupção será combatida!"
Minha turma é "fissurada" nessa música.

8. Travessão e parênteses
São usados para esclarecer o significado de um termo:
Granada — último refúgio dos árabes — foi conquistada em 1492.
Granada (último refúgio dos árabes) foi conquistada em 1492.
Os dois sinais têm basicamente a mesma função, a diferença entre os dois está na entonação, mais pausada no caso do travessão, além do caráter estilístico, mais objetivo no caso dos parênteses.
• Intercalar reflexões e comentários à seqüência da frase:
Mas agora — pela centésima vez o pensava — não podia admitir aquelas mesquinharias.
• O travessão também é usado em diálogos para marcar mudança de interlocutor:
"— Peri sente uma coisa.
— O quê?
— Não ter contas mais bonitas do que estas para dar-te." (José de Alencar)